A imprensa de todo o país debate, mais uma vez, o título brasileiro de 1987. Um título conquistado dentro de campo pelo Sport Club do Recife.
O prazo para que o Flamengo protocolasse qualquer ação com o objetivo de modificar a decisão judicial ratificando o título brasileiro do Sport de 1987 acabou há uma década. Caso encerrado, literalmente. Vitória da primeira até a última instância, no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ontem de manhã, uma reviravolta. Em uma reunião no Rio de Janeiro, envolvendo o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, e a cúpula do Fla, a CBF decidiu proclamar dois campeões brasileiros de 1987. Ferindo uma decisão transitada em julgado, a entidade considera, a partir de agora, os rubro-negros pernambucano e carioca como campeões nacionais daquele ano. Na Ilha do Retiro, um contragolpe imediato, provocando a Justiça.
O Superesportes ouviu dois juízes que passaram pelo caso no qual o Sport venceu a própria CBF e a União Federal. Élio Wanderley de Siqueira, autor da sentença da 10ª Vara da Justiça Federal, em 2 de maio de 1994; e Abdias Patrício, que negou a apelação no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em 24 em abril de 1997. Ambos deixaram claro: o direito legal do Leão determina a oficialização de apenas um vencedor.
A reversão desse mandado (a favor do Sport) é impossível. Caberá ao Sport questionar na Justiça esse posicionamento da CBF, mas o pleito do clube é viável baseado através de uma decisão definitiva, afirma Élio, membro da Turma de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais em Brasília, mas que na época julgou o caso com apenas 26 anos de idade.
O cearense, Abdias Patrício Oliveira integrou o TRF 5ª Região durante o primeiro semestre de 1997. Hoje prefeito de Itaitinga/CE, Abdias foi contundente ao comentar a posição da CBF, que, segundo ele, fere a sentença da Justiça Comum.
O direito do Sport está sacramentado e não adianta a CBF dizer o contrário, pois o ato dela é nulo, violando uma decisão judicial, disse o juiz aposentado, já indicando o caminho ao time da Ilha para anular a posição a favor da divisão do título.
O caso está transitado em julgado. É só entrar com um processo por descumprimento de decisão judicial. Na primeira vez, a CBF recorreu e perdeu, completou.
Na decisão da CBF, publicada em seu site oficial, a entidade seguiu a linha traçada quando da recomposição histórica feita no final do ano passado , representada pela unificação dos títulos de campeão brasileiro, incluindo na lista a Taça Brasil (1959-1968) e o Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970). Porém, o departamento jurídico da confederação acatou os argumentos apresentados pelo Flamengo considerando a realização de dois torneios paralelos em 1987, o que não ocorreu.
Segundo o regulamento oficial, os dois módulos (Amarelo, Sport; e Verde, Fla) integraram uma mesma Série A, na qual o time carioca se negou a disputar as finais, perdendo por WO.
No parecer do STJ, o órgão ratifica todas as decisões anteriores da Justiça (in totum), impondo o Sport como único campeão e invalidando o Mengo como legítimo vencedor.
No Recife, os dirigentes do Sport mantêm a cautela sobre as próximas ações, após mais um capítulo da aparente interminável polêmica.
O presidente do clube, Gustavo Dubeux, adiantou que irá, sim, entrar na Justiça para manter a posição do Sport como o único campeão brasileiro de 1987. O Sport não aceita dividir o título com ninguém. O time pernambucano irá tomar todas as medidas necessárias para que a justiça seja feita. Segundo seu presidente.
Que país é este? Onde as leis não se cumprem, as sentenças são ignoradas, onde o povo não se respeita. Tenho certeza que eu não sou deste lugar.
Fonte: Diário de Pernambuco
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
1987. A HISTÓRIA SE REPETE
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