Em tempos eleitorais vividos por alguns dos principais clubes brasileiros, a memória e as lembranças dos idos tempos de dirigente rondam meus pensamentos.
Fico lembrando tantos fatos e tantos “causos” e principalmente do trinômio “cheque, caneta e assinatura”, fundamental para o futebol.
Para se ter um talão de cheques é preciso possuir uma conta bancária...
Para preencher um cheque vinculado a uma conta bancária é preciso ter uma caneta e “com tinta”, a famosa “caneta cheia”...
E para assinar um cheque (que tem por detrás uma conta bancária) é preciso ter coragem...
Como pagar o quanto a pagar? Como saldar a quantia a ser saldada? Como cumprir tempestivamente os compromissos?
Como cortar matematicamente despesas geometricamente crescentes? Como administrar os passivos herdados? Como conviver com o “sonho de sonhadores do passado”?
Como encarar as cobranças do dia a dia sempre vinculadas a resultados? E que não se esqueça nunca: futebol é resultado! O resto é balela.
Estas (dentre outras) perguntas povoam a mente dos dirigentes e delas derivam as responsabilidades de uma assinatura, de ter que possuir uma “caneta cheia” e de manter a conta corrente viva financeiramente, de modo a suportar os desembolsos fantásticos, diários e nem sempre previsíveis ou orçamentários.
Antes de um cheque assinado é preciso ter dinheiro correspondente ao valor comprometido e nem sempre isso é corriqueiro no futebol, um “mundo” diferente, caríssimo, irreal (ou seria surreal?), exigente, passional, repleto de pressões, agílimo e complexo.
Muitos clubes ainda sobrevivem das bilheterias de seus jogos e alguns poucos já se sustentam com contribuições de quadros sociais, verbas televisivas e patrocinadores/parceiros diversos. Mas mesmo aqueles que possuem grandes incentivos financeiros cada vez são obrigados a gastar mais, a investir mais, tipo um “buraco sem fundo”.
A “ciranda financeira” de um clube de futebol não é tarefa fácil e não comporta amadores.
Aliás, amadores não possuem cheque, caneta e não assinam nada, só alimentam ilusões que o tempo se encarrega de jogar ao vento. É o tempo e o vento...
Fica a dica.
Domingos Moro.
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