O desastre que ninguém viu, mas que o coração
coral sentiu
Era a última chance de vencer longe do Arruda na primeira fase da Série C.
Ao Santa Cruz, era uma questão de sobrevivência…
Os torcedores corais lembravam da campanha de 1999, quando o clube conquistou o acesso a elite nacional num script parecidíssimo na última rodada.
A 2.728 quilômetros do Recife, em um estádio precário no interior do Pará, o bicampeão pernambucano faria uma partida quase “secreta”.
Nada de transmissão pela televisão.
Somente pelo rádio e as narrações de causar infarto.
Luciano Henrique, Renatinho, Dênis Marques e Flávio Caça-Rato contra nomes pouco ortodoxos, como Mocajuba, Flamel e Analdo.
Operação de guerra para acompanhar a jornada coral em Marabá, onde o Águia ainda não havia perdido nesta Terceirona.
Era só bola alçada na área.
Mais raça que técnica. Aliás, foi basicamente raça mesmo…
No primeiro tempo, com todos os cinco jogos atrasando de maneira suspeita, o Tricolor se manteve na zona de classificação.
O gol do Icasa, anotado por Carlinhos aos 12 minutos do segundo tempo, deixou o time coral ainda mais pilhado. Ali, o Santa caia para a 5ª colocação.
A partir dali, era preciso vencer para avançar na competição. Beneficiado pelos resultados dos adversários diretos durante boa parte da competição, desta vez o Santa precisa usar a sua própria força.
O técnico Zé Teodoro mexeu, empurrou o time aos gritos. Arriscou.
Contudo, o nervosismo era latente nos 22 jogadores em campo, pois os resultados da 18ª rodada estavam rebaixando o Águia à 4ª divisão nacional…
A quinze minutos do fim, Wando marcou o gol paraense, 1 x 0.
Causou um strike no futebol pernambucano, eliminando o Santa Cruz e rebaixando o Salgueiro. O grito entalado na garganta, nas ondas do rádio, custou o acesso ao Santa.
O sonho era disputar a Série A no centenário do clube, dentro de dois anos. Não será possível. Porém, já é a hora de iniciar o planejamento no Arruda para 2013.
NM com Cassio Zirpoli
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