Aprovada no Congresso Nacional em julho, a Medida Provisória do Futebol, que trata sobre o refinanciamento das dívidas dos clubes com a União [estimada em R$ 4 bilhões],aguarda a sanção da presidente Dilma Roussef para ser transformada definitivamente em lei. Em troca, os clubes terão que adotar novas regras de gestão, incluindo o chamado "fair play" financeiro, que prevê o rebaixamento de inadimplentes.
Felipe Feijó, presidente da FAF (Foto: Denison Roma / GloboEsporte.com)
Para discutir o assunto em âmbito local, o GloboEsporte.com conversou com o presidente da Federação Alagoana de Futebol, Felipe Feijó. Ele ressaltou que ainda existem muitas dúvidas quanto ao projeto, mas aprovou determinados pontos da medida.
- Pra clube pequeno, não tem função. O negócio não é aderir, mas sim aderir e não pagar [os débitos]. A punição quando não é para pagar é muito ruim. Eu acho que não é tão simples. É benéfico, é a salvação pra muitos clubes, principalmente para os clubes grandes, porém, muito mais para os grandes do que para os menores. Outro detalhe é: quem vai fiscalizar isso aí [as dívidas]? Alguém tem que fiscalizar. Eles criaram a Autoridade Pública de Governança do Futebol [APFUT] e ela, em tese, será o órgão fiscalizador. Mas de que forma? - frisou, apontando também discordâncias, principalmente no quesito estatuto.
- Eu discordava da maneira que eles estavam querendo fazer. Ou seja, oferecer um refinanciamento, mas em contrapartida mexer no estatuto dos clubes. Isso não pode! O estatuto de cada clube e de cada federação é próprio. Cada um decide o que quer fazer. Eu concordo que muita coisa que eles [parlamentares] exigiram tem que ser feito. O futebol hoje é transparente, não pode mais ser obscuro, como já foi em tempos passados, e vamos avaliar porque tem muita coisa ainda que a gente não sabe como é que vai ficar. A questão das certidões, por exemplo. A obrigatoriedade de apresentação é só para o clube que aderiu ao programa ou para qualquer clube?
Feijó destacou a necessidade de transparência na gestão do esporte mais popular do planeta, e assegurou que o futebol precisa acabar com certos improvisos.
- A tendência do futebol tem sido essa [de transparência] e tomara que seja assim. Agora, os desdobramentos da medida, como vão ficar, só o tempo vai dizer. No entanto, trata-se de uma lei e vamos ter que aplicar. Aos poucos a gente já vem tentando por algumas regras aqui para acabar com esse improviso que existiu por muito tempo. Existem adequações a serem cumpridas, e quem fizer, fez.
O presidente da FAF ainda emitiu uma opinião pessoal sobre a nova composição do colégio eleitoral da Confederação Brasileira de Futebol, afirmando que só as federações deveriam eleger o presidente do CBF.
- Eu, particularmente, sou contra a votação dos clubes. Agora se é para os clubes das Séries A e B votarem, porque não os das Série C e D? Eu acho que os clubes não teriam necessidade de votar. Apesar de acharem uma opinião retrógrada, eu estou partindo do princípio de que a federação representa os clubes de seu estado. Nesse caso, não faz sentido existir mais federação. Entendo que, nesse aspecto, as federações perdem a finalidade de representar os clubes dos estados, uma vez que ela pode votar de uma forma e os clubes de outra. Eu concordo que muita coisa tem que ser mudada, mas não de forma radical. Às vezes, em função de um momento de crise, e o futebol está nesse momento, as coisas são aceleradas e alguns tópicos podem se atropelados - concluiu
NM com globoesporte,com/al
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