Marco Polo Del Nero deixou a presidência da CBF
FOTO: EFE/ANTONIO LACERDA
Durou 231 dias a era Marco Polo Del Nero na CBF. Acossado por denúncias de corrupção no Brasil e no exterior, o advogado paulista de 74 anos deixou a presidência da confederação nesta quinta-feira. Pediu uma licença e indicou Marcus Antônio Vicente, atual vice da CBF e ex-presidente da Federação Capixaba de Futebol (1994 a 2015), para substitui-lo. Na semana passada, Del Nero já havia deixado sua cadeira no Comitê Executivo da Fifa.
Só Wladimir Bernardes ficou menos tempo que Marco Polo Del Nero no cargo - 176 dias em 1924, quando ainda não havia sido disputada uma Copa do Mundo sequer e a CBF ainda se chamava Confederação Brasileira de Desportos.
Del Nero foi indiciado pelo FBI, a Polícia Federal Americana, na mesma investigação que mandou seu antecessor José Maria Marin para a cadeia. Os dois - e vários outros cartolas - são acusados de receber propina de empresas de marketing esportivo durante a negociação de direitos da Copa América e da Copa do Brasil.
Marco Polo Del Nero também é alvo de uma investigação do Conselho de Ética da Fifa, que pode lhe render uma suspensão de todas as atividades relacionadas ao futebol. O dirigente ainda enfrenta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, que já conseguiu aprovar a quebra de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico.
Del Nero assumiu a CBF em 16 de abril, exatamente um ano após ter sido eleito. Sua chapa se chamava "Continuidade Administrativa" - e, como o nome deixa claro, se propunha a dar continuidade à administração de seu antecessor, José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar em Nova York enquanto aguarda seu julgamento.
Nos três anos da "Era Marin" (2012-2015), Del Nero ocupou papel central. Era o vice-presidente mais próximo de José Maria Marin e participava das principais tomadas de decisão - e, segundo o FBI, dividiam os subornos. Juntos, demitiram Mano Menezes e contrataram Luiz Felipe Scolari em 2013. Juntos, viram das tribunas do Mineirão a Alemanha golear a seleção brasileira por 7 a 1. Juntos, demitiram Scolari e recontrataram Dunga.
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