Em meio às notícias sobre mudança no Governo Federal, a Prefeitura do Rio e o Comitê Organizador das Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016 apresentaram nesta quinta-feira o "novo" Estádio Olímpico Nilton Santos, o Engenhão. O prefeito Eduardo Paes, o presidente do Comitê Rio 2016 e do Comitê Olímpico Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, e outros nomes importantes no processo olímpico estiveram no local que sediará o futebol e as provas de atletismo nas Olimpíadas. Em gesto simbólico, Paes passou a chave do remodelado (mas ainda não pronto) estádio para Nuzman. As melhorias custaram cerca de R$ 52 milhões, incluindo adequações elétricas.
- Ontem (quarta-feira), nós entregamos a Arena do Riocentro e, aqui, o nosso querido e famoso Estádio Olímpico, que para uns é Estádio Olímpico João Havelange, para outros é Nilton Santos, para outros é Engenhão, cada um chama como quiser. Durante esses últimos anos, se tornou um desafio maior do que esperávamos, tivemos um problema na cobertura, que obrigou o estádio a ficar fechado por quase dois anos. Esse problema está resolvido. Hoje, o arco tem suporte, não é livre. O estádio ganhou um banho de loja, não no padrão COI, que queria as colunas pintadas e isso custaria R$ 3 milhões, mas recuperamos banheiros, elevadores, ar-condicionados, equipamentos de proteção contra incêndio, sonorização. Ao contrário das mais pessimistas previsões, das "urucas" tradicionais, é mais um estádio que entregamos ao Comitê Organizador - declarou Paes, no seu discurso de abertura.
Remodelado Engenhão foi entregue nesta quinta-feira por Eduardo Paes para Carlos Arthur Nuzman (Foto: Beth Santos)
Entre as mudanças está o aumento da capacidade das arquibancadas de 45 mil para 60 mil espectadores - os novos assentos não estarão disponíveis para o público no evento-teste deste fim de semana. Esses são temporários e serão retirados após as disputas. Fora do padrão exigido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para provas olímpicas de atletismo, as pistas principal e de aquecimento foram substituídas. Apenas a principal foi apresentada, pois a secundária deve ficar totalmente pronta apenas nesta sexta-feira, véspera do evento-teste.
Nesta quinta, alguns dos atletas que participam da competição, que será o Ibero-Americano da modalidade, utilizaram a pista principal para os treinamentos. O atraso ocorreu por conta de uma parte da pista, correspondente a uma meia-lua onde se realiza prova de saltos, que ainda não foi totalmente colada. A chuva no Rio de Janeiro atrapalhou essa montagem. A área fica no campo anexo ao Engenhão.
- Não sei te responder, não (sobre a pista de aquecimento). Mas, se tiver algum problema, a gente resolve o problema. Mas é bom treinar aqui já (pista principal). Agberto (Guimarães - diretor-executivo de Esportes e Integração Paralímpica do Comitê Rio 2016) elogiou, ele que entende desse negócio - afirmara o prefeito ainda na parte da manhã.
Engenhão ganhou nova pista e novo sistema de cronômetro (Foto: Fabio Leme)
Os sistemas de distribuição de energia, som e iluminação também sofreram intervenções. Uma estrutura metálica foi construída para abrigar o painel eletrônico de resultados, com 30 metros de comprimento por nove de altura. Tudo isso poderá ser visto durante o evento-teste da modalidade que começa no próximo sábado.
Entre perguntas relacionadas à política e ao esporte, Paes criticou a maneira como o estádio foi construído para o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro. Menos de seis anos depois, foi interditado por problemas estruturais na cobertura.
Eduardo Paes discursa, enquanto Carlos Arthur Nuzman exibe chave simbólica do Engenhão (Foto: Fabio Leme)
- É óbvio que foi uma obra feita com problemas. Foi importante o zelo (interdição). Na época, me criticaram muito por ter fechado o estádio, a partir da suspeita, possibilidade, de queda. Era uma chance pequena, mas, quando tem chance, não pode brincar. Foi um decisão acertada, ele foi todo recuperado, sem que a Prefeitura gastasse um tostão, foram as construtoras OAS e Odebrecht que recuperaram toda a estrutura em cima, os pilares. Tudo muito bem encaminhado.
Não foi apenas o interior do estádio que recebeu melhorias. Do lado de fora, a Praça do Trem teve seus galpões restaurados e recebeu nova iluminação, paisagismo e reparos na rede de drenagem e pavimentação. Ali estão as edificações das Oficinas de Locomoção do Engenho de Dentro, patrimônio histórico e cultural tombado pela cidade. Houve também a reurbanização de 36 ruas. Em contrapartida, na frente da ala sul, obras acontecem. Numa outra área do bairro, mais distante do Engenhão, é possível ver muito lixo pelas ruas. O investimento total dentro e fora do estádio foi de R$ 115 milhões.
- Quero agradecer ao prefeito Eduardo Paes por sua vontade e dedicação. A pista está pronta e é a melhor do mundo, estrutura do esporte que é a razão de ser dos esportes olímpicos - comentou Nuzman.
*Colaborou Amanda Kestelman
Praça do Trem foi reinaugurada e, a partir de outubro, receberá área de lazer para a população (Foto: Beth Santos)
Galpão terá quadra de esportes e atividades esportivas após as Olimpíadas e Paralimpíadas (Foto: Fabio Leme)
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