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terça-feira, 24 de maio de 2016

No ar, na água e na terra: eclética, Tocha Olímpica desfila por Salvador

Tocha olímpica salvador rapel elevador lacerda (Foto: Rio 2016/Marcos de Paula)Tocha Olímpica desceu o Elevador Lacerda, em Salvador, de Rapel (Foto: Rio 2016/Marcos de Paula)
Uma tocha eclética, aventureira, com muito gingado e disposição. Teve de tudo no revezamento olímpico em Salvador. Do batuque do Olodum, passando pelo forró pé de serra até o ijexá dos Filhos de Gandhy. Das pedras do Pelourinho, com direito a rapel no Elevador Lacerda, às bênçãos do Senhor do Bonfim e o caminho em direção ao mar que se transforma na Baía de Todos os Santos. A chama que une os povos teve seu conceito levado ao pé da letra em Salvador. 
Tocha olímpica salvador xandy de pilares cantor (Foto: Rio 2016/Andre Luiz Mello)Xandy de Pilares conduziu a Tocha pelo Centro Histórico de Salvador (Foto: Rio 2016/Andre Luiz Mello)
O percurso teve início com a saudação do Olodum em frente à Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, com o paratleta Marcelo Collet. Seguiu pela parte histórica do primeiro bairro moradia de Salvador até deixar seu rastro de união entre a cidade alta e a cidade baixa ao descer o Elevador Lacerda. Mas não da maneira tradicional. Destemida, a tocha foi de rapel, deixando ainda mais bonita a paisagem em frente ao Mercado Modelo. De lá, cumpriu praticamente o trajeto feito na caminhada da Lavagem do Bonfim para ter seu ponto alto na Colina Sagrada. 
- Estou muito emocionado cara. Ser o representante dos atletas da Bahia para abrir o percurso da tocha olímpica é uma coisa muito importante na minha vida. Vou fazer de tudo para participar, em setembro, dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 - disse Collet.
Após uma passagem pelo forte de Monte Serrat, com vista especial da Baía de Todos os Santos, uma celebração histórica na escadaria da Igreja do Bonfim. Nas mãos de Allan do Carmo, campeão mundial de maratonas aquáticas, a chama olímpica foi saudada no que tem de mais belo do sincretismo religioso baiano. Os Filhos de Gandhy, o padre da igreja e as baianas deram um show à parte. Tão contagiante que o próprio Allan arriscou alguns passos. Nem tão bons assim, mas que, com certeza, lhe darão ainda mais proteção nos Jogos Olímpicos.

- Muito emocionante participar do revezamento, ainda mais com um cenário desse. Me sinto abençoado - resumiu Allan do Carmo. 
No início da tarde, a Tocha fez uma transição quase temporal. Do centro antigo da capital baiana e seus prédios coloniais, viajou para a Avenida Luis Viana Filho (Paralela), trecho rodeado por edifícios modernos e grandes centros comerciais. O símbolo olímpico percorreu 18 quilômetros, e atravessou avenidas até a orla.  
revezamento; tocha olímpica; salvador; dique do tororó; renê pereira (Foto: Thiago Pereira)Nas mãos de Renê Pereira, Tocha passou pelas águas do Dique do Tororó (Foto: Thiago Pereira)
Quando o sol se pôs, nova viagem, desta vez de volta ao centro de Salvador. No Dique do Tororó, a Tocha Olímpica fez um passeio com o paratleta Renê Pereira e a remadora Marilene Barbosa. Em barcos a remo, foi até as esculturas de orixás localizados no meio da lagoa, antes de voltar para terra firme e seguir na direção da Avenida Centenário, onde encontrou o pugilista Esquiva Falcão, medalhista de prata nas Olimpíadas de Londres 2012. Ele carregou o símbolo olímpico por aproximadamente 200 metros. O trecho foi curto, mas o nervosismo quase não o deixava sair do lugar. 
- Estou mais nervoso que em dia de luta. Correr com essa belezura nas mãos. Sou medalhista olímpico, isso é muito importante. Me faz lembrar do momento da medalha que tive. Estou muito feliz de carregar a Tocha Olímpica – comentou o pugilista. 
Ainda na Avenida Centenário, a Tocha trocou as mãos de Esquiva Falcão pelas de Acelino Popó Freitas. De pugilista para pugilista. De um medalhista olímpico para um tetracampeão mundial experiente na função de conduzir símbolos olímpicos. 
Tocha olímpica salvador esquiva falcão e popó boxe (Foto: Rio 2016/Andre Luiz Mello)Tocha Olímpica passou das mãos de Esquiva Falcão para as de Acelino Popó Freitas (Foto: Rio 2016/Andre Luiz Mello)

- Tive a oportunidade de participar do Revezamento da Tocha Pan-americana Rio 2007 e quando a Tocha Olímpica de Atenas passou pelo Rio, em 2004. Mas nada se iguala ao que vivi hoje. Fiquei muito feliz em ter a oportunidade de conduzir a Tocha Olímpica na minha cidade – declarou Popó, que passou a Tocha para a cantora Daniela Mercury. 
O desfile foi encerrado no Farol da Barra, ponto turístico de Salvador. O cantor Thiaguinho foi o último a carregar a Tocha, e encarregado de acender a pira. A festa iniciada pela manhã ganhou novos ritmos musicais com as apresentações de Thiaguinho, Jota Quest e Daniela Mercury. Tudo debaixo de chuva, e com é típico em Salvador, com cara de carnaval. 
Tocha olímpica salvador thiaguinho cantor (Foto: Rio 2016/Marcos de Paula)Cantor Thiaguinho foi o responsável por acender a pira olímpica em Salvador (Foto: Rio 2016/Marcos de Paula)

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