A intensidade, de início, assustou. Diante de um rival tão jovem, a seleção teve problemas para segurar tantas pancadas que vinham do lado de lá, principalmente das mãos de Egonu, de apenas 17 anos. Aos poucos, porém, o peso da experiência contou a favor. Depois de um primeiro set ruim, o Brasil soube conter a intensidade adolescente das italianas e passou a ser soberano na Arena Carioca 1, dentro do Parque Olímpico do Rio de Janeiro. Relaxou no fim e viu as rivais crescerem, mas conseguiu conter os ânimos. Na estreia do Grand Prix, principal desafio do grupo até a Olimpíada, venceu as rivais por 3 sets a 1 (23/25, 25/15, 25/15 e 27/25) e largou bem em busca do 11º título da competição.
Assim, o Brasil sai na frente no grupo B da primeira rodada da competição. No outro jogo desta quinta, o Japão venceu a Sérvia por 3 sets a 0, parciais 31/29, 25/18 e 28/26. A seleção volta à quadra nesta sexta, contra as asiáticas, às 14h10. Depois, fecha a etapa contra as sérvias, no domingo, às 10h05 (horários de Brasília). Os jogos das brasileiras terão transmissão da TV Globo e do SporTV e acompanhamento em Tempo Real do GloboEsporte.com.
Fabiana e Fê Garay saltam na rede: bloqueio brasileiro apareceu bem na partida (Foto: Alexandre Loureiro/CBV)
Natália, com 16 pontos, saiu de quadra como maior pontuadora do Brasil. Sheilla, com 15, Fabiana e Fê Garay, com 14, foram os outros destaques da seleção. Pelas italianas, a jovem Paola Egonu brilhou no início e fechou o jogo com 15 pontos.
O bloqueio foi o principal fundamento do Brasil no jogo. A seleção terminou com 17 pontos graças ao seu paredão - Fabiana fez sete, enquanto Natália marcou cinco. Por outro lado, a equipe errou como não costuma errar. Ao todo, deu 30 pontos para as rivais, contra 22 das italianas
- Lógico que queremos ganhar o tempo inteiro. Lógico que precisamos dessa adrenalina, mas precisamos de serenidade em alguns momentos. Foi o que aconteceu neste fim de jogo. A equipe inteira cresce nos momentos de dificuldade. São importantes esses momentos quando conseguimos superar e sair deles - disse Fê Garay.
- Nós já esperávamos uma dificuldade. Estávamos treinando bastante. Elas já estavam com ritmo de jogo. É importante ter esse ritmo. Querendo ou não, é ansiedade. Tudo bateu um pouco. Na hora, temos que tranquilizar. Tentamos passar uma tranquilidade - completou Fabiana.
INÍCIO RUIM, DOMÍNIO NA SEQUÊNCIA
Foi um começo um tanto nervoso. Ainda tentando acertar seus passos, o Brasil começou cometendo erros inesperados. A Itália se aproveitou e abriu boa vantagem, com boa presença da jovem Egonu: 5/1. Mas o Brasil soube buscar. Sheilla aproveitou as chances que teve, e as donas da casa chegaram ao primeiro tempo técnico em vantagem: 8/7.
As italianas, porém, faziam jogo duro. Com muita força no ataque, Egonu causava problemas à recepção brasileira. Em ótimo saque, Malinov recolocou as europeias de volta à dianteira do placar, com 13/12. Mas, tão jovem, a equipe rival também cometia erros, e o Brasil logo voltou à frente no segundo tempo técnico (16/14). Quando Egonu foi para o saque, as donas da casa voltaram a ter problemas na recepção e voltaram a ficar em desvantagem. Zé Roberto, então, pediu tempo, tentando acertar o rumo do time.
Garay apareceu bem no ataque (Foto: Alexandre Loureiro/CBV)
Tudo, porém, seguiu o mesmo ritmo. Com muitos problemas na recepção, a seleção batia cabeça ao tentar parar o ataque italiano. Foi depois de um bloqueio de Egonu que Zé perdeu a paciência mais uma vez, parando o jogo com o placar em 23/21 para as italianas. O técnico brasileiro ainda tentou mudar o panorama com a inversão 5 por 1, mandando Roberta e Tandara para a quadra. Não funcionou. Ataque de Egonu desviou no bloqueio de Fabiana, e as italianas fecharam o primeiro set: 25/23.
As italianas voltaram a sair na frente na segunda parcial. Sylla explorou o bloqueio de Sheilla para abrir o placar. A vantagem aumentou após bom saque de Chirichella, sem recepção para as brasileiras, e ataque para fora de Natália, abrindo 3/0 para as rivais. Assim como no primeiro set, porém, o Brasil foi buscar. Deixou tudo igual depois de erro de ataque de Sylla. Depois, passou à frente com ace de Sheilla (6/5).
Se no primeiro set a sorte parecia estar ao lado das italianas, o vento passou a ser a favor das locais. Na bola que andou na faixa e caiu na quadra rival, no levantamento que saiu errado e o ataque deu certo na marra: com mais confiança, o Brasil cresceu. Abriu cinco pontos de vantagem (11/6) e jogou o nervosismo para as adversárias. Quando a diferença chegou a oito pontos (17/9), foi a vez de Marco Bonitta parar o jogo e tentar acertar a casa. Não foi suficiente. Com um belo saque, Fê Garay fechou o set: 25/15.
No primeiro ataque da nova parcial, bloqueio, e italianas à frente. Na sequência, porém, Garay voltou a encher a mão e, dessa vez, no chão da quadra rival. O Brasil manteve o ritmo, enquanto a Itália pareceu sentir a pressão. As europeias voltaram a errar muito, e as donas da casa se aproveitaram para abrir vantagem. Na pancada de Sheilla, a bola foi direto na cabeça de Chirichella, que ficou desnorteada antes do primeiro tempo técnico: 8/5.
O Brasil, ali, já era soberano. Em bloqueio triplo, a vantagem era de seis pontos: 11/5. Tão confiantes no início, os ataques italianos já não assustavam mais. Com autoridade, as donas da casa foram para o segundo tempo técnico com 16/7. Bonitta, então, tentou dar um pouco mais de experiência ao seu time e mandou Ortolani, de 29 anos, para a quadra. Nada, porém, adiantou. No set point, Zé Roberto mandou Gabi, que se recupera de lesão, para sacar. O ponto, no entanto, veio no bloqueio: 25/15.
Meninas do Brasil comemoram ponto contra as italianas (Foto: Divulgação / FIVB)
SUSTO E VITÓRIA NO FIM
Talvez pelo domínio das parciais anteriores, o Brasil relaxou no quarto set. A Itália, então, voltou a crescer e equilibrou o jogo. Quando viu as rivais abrirem quatro pontos de vantagem, Zé Roberto voltou a usar a inversão 5 por 1, mandando Roberta e Tandara para a quadra. Em um primeiro momento, deu certo. Logo, porém, as italianas voltaram a abrir vantagem, e Dani Lins e Sheilla voltaram para o jogo.
As italianas, pelas mãos de Diouf e Sylla, dominavam o set. Àquela altura, a seleção já não conseguia encaixar tão bem seus ataques e tinha problemas na recepção. As brasileiras, porém, não desistiram. Com o set point, as rivais perderam a chance de fechar o set em invasão. Na sequência, as donas da casa deixaram tudo igual em bloqueio triplo. O paredão voltou a funcionar logo depois, e a seleção tomou a frente mais uma vez (25/24). A vitória veio em ataque para fora de Diouf: 27/25.
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