A exatamente 30 dias do início da Olimpíada do Rio de Janeiro, foram revelados na manhã desta quarta-feira, em um evento realizado no Parque Lage, na Zona Sul da cidade, os uniformes das cerimônias de abertura e encerramento. Assinadas pela estilista Lenny Niemeyer, as vestimentas do Time Brasil foram apresentadas por atletas olímpicos que serviram de modelo, como Marcus D'Almeida, do tiro com arco, Aline Silva, da luta olímpica, e Ana Sátila e Pedro Gonçalves, da canoagem slalom, diante dos olhos do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman. Ao todo, foram feitos 1.600 uniformes. A expectativa do COB é que o Time Brasil desfile com 500 membros na abertura dos Jogos, entre atletas e oficiais.
Lenny Niemeyer venceu o concurso
(Foto: Thierry Gozzer)
(Foto: Thierry Gozzer)
- O uniforme ficou maravilhoso. Foi uma escolha unânime dos atletas. Vimos quatro modelos antes e quando chegou esse, que foi o quinto, ficamos apaixonados. Todos os atletas adoraram. O uniforme é lindo, vestiu muito bem e tenho certeza que o Time Brasil será o mais bem vestido nas cerimônias - disse Ana Sátila, que vai para sua segunda Olimpíada.
Com muito verde, os uniformes têm estampas tropicais, que representam a fauna e a flora brasileiras. O azul, que lembra as araras, também ganhou destaque. A proposta é "combinar vozes, cores e corações dos brasileiros". A estilista Lenny Niemeyer explicou um pouco do conceito das vestimentas e lembrou que a ideia foi dar leveza, mantendo a sensualidade da brasileira, mas sem vulgaridade. A carioca venceu o concurso interno do COB e levou 15 dias para apresentar seu projeto. Depois, trabalhou cerca de um ano até a finalização e entrega do produto que vestirá atletas dos mais diversos pesos e altura, indo do 1,38m de Flavia Saraiva, da ginástica, até os 2,08m de Anderson Varejão, do basquete.
Uniforme é leve e ao mesmo tempo elegante e atemporal (Foto: Thierry Gozzer)
- Trabalhei mto com a minha equipe. O ponto de partida foi a estamparia. Você pudesse usar daqui 20, 30 anos. Os atletas adoraram, perguntaram se podem usar depois no dia a dia. Eles se sentiram bem e orgulhosos por representar o Brasil. A inspiração no Brasil é enorme, fauna, flora, nosso litoral. De forma leve e alegre. O DNA é uma estampa feliz, alegre, que balança ao vento, é sensual sem ser vulgar, como o brasileiro gosta. Fiz os uniformes com muito amor. A ideia é que eles entrassem no Maracanã, e as pessoas olhassem e já vissem que era o Brasil. Riqueza da fauna e da flora, isso todos veem nas estampas. Passa um pouco de movimento, leveza, sensualidade da mulher brasileira, e usado de uma forma clássica e atemporal - disse.
Paulo Borges, diretor do São Paulo Fashion Week, completou a explicação da estilista.
- Reunimos nomes relevantes, do lifestyle, e cada um apresentou uma ideia. Atletas viram o projeto e se apaixonaram. Atletas, pessoas do mundo da moda... Uma banca viu tudo e definiu qual seria a criação a partir de um briefing que se adeque à cerimônia. A principal característica é a elegância e a sofisticação dentro desse ambiente e pompa - falou.
- Reunimos nomes relevantes, do lifestyle, e cada um apresentou uma ideia. Atletas viram o projeto e se apaixonaram. Atletas, pessoas do mundo da moda... Uma banca viu tudo e definiu qual seria a criação a partir de um briefing que se adeque à cerimônia. A principal característica é a elegância e a sofisticação dentro desse ambiente e pompa - falou.
Estampas foram criadas por Lenny Niemeyer (Foto: Thierry Gozzer)
Paulo Borges foi um elo entre o Comitê Olímpico do Brasil e o mundo da moda para a execução do projeto que contou com um concurso com cinco estilistas. Uma banca de atletas, do COB e de profissionais da moda ajudou na escolha.
- A ideia era ter uma escolha democrática, que pudessem participar vários estilistas brasileiros, que pudessem desenvolver um projeto que fosse avaliado por um comitê de atletas e de pessoas que façam parte. Não foi aberto a público para receber 1.500 inscrições, por exemplo. Em função das necessidades do COB, de briefing e forma, passamos alguns nomes, e a parti desses nomes fomos convidar os estilistas para participarem. Foram cinco nomes. Todos tinham o mesmo briefing e material de trabalho. Quando apresentamos, não dizíamos de quem era. Só depois.
Os atletas aprovaram os uniformes. Marcus D'Almeida comentou a escolha de cores e principalmente a leveza da vestimenta.
- O propósito de ser leve e confortável foi perfeito. Senti bastante isso. É bonito, combina o verde, azul e amarelo de forma elegante. Não estarei no desfile, já que vou competir na qualificatória no dia seguinte, então vou ter o uniforme e guardar para o encerramento - finalizou Marcus D'Almeida, do tiro com arco.
Atletas do Time Brasil mostram uniforme de cerimônias de abertura e encerramento (Foto: Thierry Gozzer)
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