Yohansson Nascimento venceu a segunda bateria também com grande performance, deixando o Brasil com boas chances de dobradinha. Petrucio Ferreira, um fenômeno paralímpico. Na pista batizada por Usain Bolt, o paraibano de São José do Brejo do Cruz precisou de pouco mais de 10 segundos para mostrar as razões de ser uma das principais caras novas do atletismo.
Com apenas dois anos de carreira, acelerou na pista do Estádio Olímpico, ignorou a pressão do dia com maior público, e pulverizou o recorde mundial dos 100m rasos T47 (para amputados de membros superiores). Com 10s67, baixou em cinco centésimos a marca do nigeriano Adeoye Ajibola, de Barcelona 1992, e encaminhou o primeiro dos três ouros em que é favorito nos Jogos do Rio.
Ser recordista mundial não é novidade para Petrucio, que tem a marca também nos 200m rasos da mesma classe. O velocista perdeu parte do braço esquerdo ainda garoto, aos dois anos, em acidente com uma máquina de moer capim, mas demorou para conhecer o esporte paralímpico. O futsal sempre foi sua paixão, até que um treinador identificou sua aptidão para o atletismo aos 17 anos. Dois anos depois, já surge como um dos grandes nomes brasileiros na Rio 2016.
O que chama a atenção no paraibano não é só o talento inquestionável para correr, mas também a personalidade. A Paralimpíada do Rio é sua primeira grande competição, já que uma lesão o impediu de largar nas três provas em que estava previsto para o Mundial de Doha 2015. Meses antes, porém, já tinha dado mostras de seu talento ao levar o ouro nos 100m dos Jogos Parapan-Americanos de Toronto.
Petrucio volta a pisar no Estádio Olímpico para consagração definitiva na manhã de domingo, quando disputa a final dos 100m às 10h45 (de Brasília), ao lado de Yohansson Nascimento. O jovem prodígio ainda lutará pelo ouro nos 400m T7 e no revezamento 4 x 100m rasos T42-47.
NM com GE
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