Insatisfeito com o desempenho nas escalas nacionais dos árbitros do norte e nordeste do Brasil, o diretor da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), Salmo Valentim, não poupou críticas ao Comitê de Arbitragem da CBF. Na semana em que Pernambuco se prepara para o fim do estadual, o dirigente questionou o critério usado na designação dos profissionais que atuam no Brasileirão e criticou a falta de transparência na pasta de Marcos Marinho, que assina as escalas junto com Alicio Pena Junior.
Durante as dez rodadas do Campeonato Brasileiro, da região norte apenas o FIFA, Dewson Freitas, foi escalado na Série A e mesmo assim em apenas três jogos. Embora faça parte do quadro internacional e mesmo tido como um dos melhores árbitros do Brasil, Freitas tem tido um aproveitamento bem diferente ao de anos anteriores. Diante disso, há quem acredite em seu processo de fritura.
- Observe as escalas para você perceber a falta de critério. No norte, por exemplo, só o Dewson, do Pará, consegue sobreviver. Será que nesta região especificamente não existem outros profissionais de qualidade que merecem oportunidades? Vou mais adiante: lembra da auxiliar de São Paulo que cometeu um erro absurdo na Série A? Sabe qual foi a punição? Retornar à Série A! Se fosse do norte ou nordeste teria sido o fim de sua carreira. – Questionou Valentim.
Segundo Salmo, há anos o nordeste não passa pelo que está vivendo nesta temporada. Para o dirigente, falta respeito do Comitê de Árbitros a centenas de profissionais que se dedicam, mas não tem o seu trabalho valorizado a nível nacional.
- Estou saturado de tudo que estou vendo e não posso me acovardar. Tenho que falar para tentar, no diálogo, mudar esse panorama. Chegamos na 10ª rodada do Campeonato Brasileiro e até agora os árbitros do nordeste praticamente não saíram. Observe as escalas! O comitê não gosta dos “números”? Então vamos a eles. Se você pegar as escalas da série A e fizer uma comparação, perceberá que a situação do nordeste em relação ao sul, sudeste e centro-oeste, chega ser vexatória. Enquanto São Paulo tem árbitros que nunca apitaram na Série D, saindo na A, o nordeste tem árbitros que já atuaram na A, saindo na D. Disparou.
Embora a região nordeste do Brasil seja a maior do país com times vitoriosos no futebol, a realidade no quesito arbitragem é bem diferente. Sem nenhum escudo FIFA para árbitros centrais, a situação não é nada animadora. Embora alguns estados, como Pernambuco, por exemplo, invista na arbitragem, o retorno dentro de campo tem sido menor do que o esperado e como o critério é questionável, a situação do nordeste pode piorar.
Insatisfeito com o que tem visto, Salmo Valentim fez um desabafo e pediu que as federações tomem uma atitude. Para o gestor pernambucano, sem união e uma ampla discussão em busca de melhorais, a situação do norte e nordeste continuará despencando ladeira a baixo.
- Estamos voltando aos tempos de Armando Marques, que desrespeitava os árbitros do norte e nordeste dando-lhes migalhas nas escalas. O Comitê de Árbitros da CBF está fazendo com a categoria a mesma coisa que fizeram com Alicio Pena Junior, Wagner Tardelli e Djalma Beltrami há alguns anos atrás. Alicio deveria fazer diferente, pois ninguém mais do que ele foi prejudicado no futebol. Não existe critério, não há transparência e estamos no modo: “salve-se quem puder”. Se já era ruim com Sérgio Corrêa, pode ter certeza que está sendo, pelo menos para o norte e nordeste, pior sem ele. É revoltante você apostar nos seus profissionais, investir, cobrar e na hora de dar a eles o retorno que é a escala nacional, a CBF simplesmente ignorar o trabalho dos comitês escalando sem nos ouvir. Finalizou.
NM com Voz do Apito
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