O árbitro alagoano Francisco Carlos do Nascimento, o Chicão, prestou esclarecimentos à Comissão Estadual de Arbitragem de Alagoas (CA-AL) após ter o nome citado nas investigações da Polícia Civil da Paraíba sobre um suposto esquema de compra de resultados de futebol daquele estado.
De acordo com Charles Hebert, presidente da CA-AL, Chicão afirmou estar disposto, inclusive, a abdicar de seu sigilo bancário para provar sua inocência. Ele nega qualquer envolvimento no esquema de corrupção.
Charles Hebert declarou já considerar satisfatórios os esclarecimentos do árbitro alagoano que integra o quadro nacional da CBF e que já ostentou o escudo FIFA. Segundo o ex-árbitro, Chicão também entregou um relatório em que discorre sobre a acusação.
"A gente já havia sido alertado que, na Paraíba, pessoas estariam combinando os resultados das partidas com os árbitros, mas não tivemos conhecimento, oficialmente, de nenhuma conversa nesse sentido. Ao que parece, foi o que aconteceu ao nosso árbitro, pois, até o momento, não há nada que comprove qualquer comportamento ilícito por parte do Chicão. Ou seja, eles anunciam que estão negociando, mas, de fato, não há nenhuma conversa com os árbitros", apontou Charles Hebert.
O presidente da comissão declarou, ainda, que a defesa de Francisco Carlos será encaminhada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
"O que a comissão deveria fazer está sendo feito. Ele aqui esteve, prestou esclarecimentos e se mostrou disposto a esclarecer os fatos. Apoiamos o trabalho da polícia, que deve apurar e punir os responsáveis. Porém, o que não podemos permitir é que ninguém seja injustiçado com informações subjetivas", ponderou o presidente da Comissão de Arbitragem.
O caso
Chicão teve seu nome citado numa interceptação telefônica durante conversa com o presidente do Campinense, William Simões, antes da primeira partida das finais do Campeonato Paraibano. O material mostra que o dirigente teria tentado assediar o árbitro para que este favorecesse a Raposa no duelo contra o Botafogo-PB.
A negociação em torno de uma partida, segundo as investigações, chegava a render até R$ 50 mil ao árbitro "comprado". Foram mais de 100 mil conversas de 115 telefones monitorados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público da Paraíba. O escândalo foi tema de reportagem do Fantástico e levou a CBF a suspender todos os árbitros da Paraíba.
NM com Jonathas Maresia
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