Ser árbitro de futebol no Brasil tem sido cada vez mais uma “profissão” de risco. Não há um plano de carreira que os possibilite trabalhar e investir na excelência, tampouco RESPEITO de pessoas e entidades para que cenas lamentáveis como a que vimos entre ontem e hoje em Porto Alegre, protagonizadas por torcedores, dirigentes e até transeuntes contra a arbitragem nos aeroportos, não ocorram mais.
O Internacional é sabidamente um dos clubes mais importantes do futebol brasileiro e não deveria ter, como “diretor executivo”, um “dirigente” que esbofeteia a tradição do clube ao desrespeitar e agredir verbalmente – de maneira velada – a arbitragem que conduziu a partida entre Internacional x Santos, na última segunda-feira, 22, no Beira-Rio. Esse tipo de manifestação conduzida pelo Sr. Rodrigo Caetano, em NADA contribui pelo crescimento do futebol brasileiro, ao contrário, só serve para semear o ódio e incentivar a violência.
A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), repudia veementemente não só estes atos, como também a declaração desrespeitosa do Sr. Alexandre Mattos, diretor de futebol do Palmeiras, que, de maneira irônica colocou em xeque a conduta moral do árbitro goiano, André Luís Freitas Castro, após o confronto da equipe paulista contra o Ceará no último domingo, 21.
Repugnante também foi a declaração do técnico Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, ao afirmar que parecia haver uma “lista pronta” de advertências na referida partida, fazendo uma alusão de que o árbitro em tela teria ido para o jogo com o intuito de prejudicar sua equipe. O que não é verdade! Além de ser um dos mais respeitados árbitros do Brasil, assim como Ricardo Marques Ribeiro, ambos possuem um currículo vitorioso no esporte que merece ser respeitado.
Não se pode jogar nos ombros da arbitragem os erros cometidos pelos atletas no campo de jogo. Se o time não vai bem e por algum motivo perde, a arbitragem sempre procura trabalhar com o intuito de acertar, mas parte da mídia não entende dessa forma passando ao torcedor a imagem que os árbitros são “infalíveis”, algo que todos nós sabemos ser humanamente impossível.
A arbitragem a cada rodada do Campeonato Brasileiro é desrespeitada e jogada na vala comum por dirigentes de clubes, como Alexandre Mattos e Rodrigo Caetano, que optam em usar esse expediente com o intuito de maquiar suas derrotas. E isso nós não iremos mais tolerar!
Não se pode querer cobrar da arbitragem mais do que ela pode dar. Não se pode querer discutir erros em lances que nem o VAR é capaz de acertar, em um esporte onde o dirigente, não todos, mas uma boa parte, não tem o mínimo de respeito por esses profissionais que comandam grandes espetáculos do futebol. Ao que parece, execrar a arbitragem virou moda no Brasil, como se a responsabilidade de apitar o torneio mais difícil de se atuar no mundo, fosse pequena.
O departamento jurídico da entidade de classe dos árbitros do Brasil entrará com ações tanto na esfera civil, quanto no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), contra dirigentes que ao invés de trabalharem em prol do crescimento do futebol brasileiro, insistirem por utilizar os holofotes com a gratuita postura de denegrir a imagem da categoria. Isso não será tolerado e juntos sempre seremos mais fortes!
Atenciosamente,
Marco Antônio Martins
Presidente da ANAF
Salmo Valentim
Presidente eleito da ANAF
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