Três dias após ser empossado presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), o sindicalista pernambucano, Salmo Valentim, garantiu que não medirá esforços para que a arbitragem brasileira volte a ser respeitada. Segundo o presidente, é preciso acabar com um paradigma que visa responsabilizar os árbitros pelas derrotas dos times.
“Se você fizer uma pesquisa, perceberá que as reclamações no Brasil não são exceção, pois infelizmente viraram regra. O clube cobra, mas não ajuda, por exemplo, a profissionalizar a arbitragem semelhante ao que ocorre na Europa, pois é muito mais fácil jogar toda a categoria na vala comum”, disse.
Nesta segunda-feira (5), Salmo Valentim disse que não vai mais admitir que os árbitros sejam ofendidos como costumeiramente ocorre no fim do Campeonato Brasileiro. Para o presidente da Anaf, exemplos como o do técnico Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, não deveriam mais existir no futebol.
“Não discuto aqui a qualidade do Scolari como treinador, tampouco questiono a sua importância para o futebol, mesmo sendo o técnico do Brasil no fatídico 7 a 1, no jogo contra a Alemanha na Copa de 2014. Mas o que não se pode admitir, é que um técnico da sua importância assuma um protagonismo pequeno de ofender a arbitragem como ele fez contra o árbitro goiano, André Castro recentemente. Esse tipo de conduta nós não iremos mais admitir. Ao invés de ofender, por qual motivo não nos ajuda a melhorar o nível da arbitragem? Críticas construtivas todos têm o direito de fazer, agora, quem ofender os árbitros terá que responder pelo seu ato”, disse.
Convicto de que apitar futebol no Brasil é uma das tarefas mais difíceis do mundo esportivo, Salmo disse que a modernidade aliada a tecnologia em alguns pontos ajuda o trabalho da arbitragem, mas em outros, acaba atrapalhando.
“Até o final da década de 90 era muito mais fácil apitar, pois você não tinha essa quantidade enorme de câmeras que no subconsciente de quem assiste, acaba exigindo que os árbitros acertem tudo. Eu sou completamente favorável à tecnologia, entretanto, temos que utilizá-la, como o VAR, por exemplo, para ajudar o trabalho da arbitragem. Há lances que mesmo com todas as câmeras mostrando, as pessoas ainda ficam na dúvida. Agora imagine você a situação do árbitro, que possui poucos segundos pra resolver. É realmente muito difícil”, contou.
Sobre o trabalho realizado pela comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Salmo elogiou o Coronel Marcos Marinho, presidente do setor, mas disse que é necessário rever o que não deu certo este ano, para melhorar o desempenho dos árbitros em 2019.
“Não é papel da CBF formar árbitros. Isso quem faz são os sindicatos locais em parceria com as federações. A comissão nacional trabalha com os nomes que os estados mandam, e assim compõe a sua relação. Sabemos que o trabalho desenvolvido pelo Coronel Marinho não é fácil, mas ele possui uma equipe integrada que procura dar o seu melhor. Entendo que neste momento todos os setores do futebol precisam se unir entorno de um projeto propositivo que melhore o nível da arbitragem brasileira. É preciso admitir que erros ocorreram, mas que o intuito sempre será o do acerto. Por isso faz-se necessário avaliar o ano e colocar na balança o que deu certo para ser aprimorado”, declarou.
Na próxima semana, em Pernambuco, o presidente da ANAF concederá uma coletiva de imprensa falando sobre os desafios de sua gestão.
NM com Ascom – Associação Nacional dos Árbitros de Futebol
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