Gol do São José na vitória contra o Atlético Carioca, um dos jogos suspeitos de manipulação — Foto: Reprodução |
O Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Estado do Rio de Janeiro (TJD-RJ) puniu na noite desta quinta com a pena máxima mais dois suspeitos de manipulação de resultados na Série C do Rio. O presidente do São José, Adilson Faria, e o auxiliar técnico do Atlético Carioca, Thiago Soeiro, foram banidos do esporte. Cabe recurso ao Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), instância máxima no país. A denúncia partiu de uma reportagem do Esporte Espetacular (veja vídeo acima).
O tribunal estadual também manteve a eliminação do presidente do Atlético Carioca, Maicon Vilela, do empresário Emerson Silvano da Silva, investidor do São José, e de Maurício Pelegrini, diretor da base do clube. Em fevereiro, a 8ª Comissão Disciplinar do tribunal, primeira instância da Justiça Desportiva estadual, já havia banido os três.
- Tudo foi de fato comprovado pela reportagem. O que me chamou atenção foi o roubo do sonho dos atletas pela quadrilha. Isso é inadmissível - disse a auditora Renata Mansur, que tomou posse nesta quinta-feira como nova presidente do TJD-RJ, ao pedir a punição máxima aos cinco denunciados.
Em janeiro, o Esporte Espetacular revelou a ação de integrantes de um suposto esquema de manipulação de resultados na Série C do Carioca. A reportagem obteve depoimentos de atletas, teve acesso a diálogos dos envolvidos e gravou a atuação dos suspeitos nas arquibancadas para mostrar como o grupo fraudava as partidas. Em troca de dinheiro, dirigentes e atletas aceitavam perder os seus jogos.
Em um dos áudios, o presidente do Atlético Carioca é flagrado comemorando gol do adversário depois de apostar na derrota do seu time. Pais dos jogadores do São José acusam Adilson, Pelegrini e Silva de assediarem os atletas. Os dois times foram eliminados na primeira fase do torneio, encerrado em dezembro.
Além da punição, os suspeitos de participarem do esquema de manipulação na Série C do Carioca foram multados pelo TJD.
Fora da esfera esportiva, o caso está sendo investigado pela Delegacia de Defraudações da Polícia Civil e pelo Gaedest (Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor do Ministério Público do Rio). Segundo o delegado Marcos Cipriano, pelo menos nove dos 15 times que participaram do torneio são suspeitos de venderem seus jogos aos manipuladores.
NM com Sérgio Rangel e Fred Justo via Globoesporte.com/rj
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