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quinta-feira, 9 de julho de 2020

“Com a nova Medida Provisória Jogadores têm seus direitos ameaçados”, diz presidente do sindicato de AL

FOTO: Jornal Vicentino

Este período de pandemia, tão singular no mundo, tem desestruturado a todos. A
população mundial busca alternativas para poder enfrentar essa situação e seguir em
frente. No esporte não é diferente. A mobilização é tanta que em junho, 18, o presidente
Jair Bolsonaro sancionou a Medida Provisória (MP) nº 984/2020 com o intuito de
ajudar o futebol brasileiro. A lei foi aplaudida por alguns e criticada por outros, já que
esta causa uma alteração substancial na antiga redação do artigo 42 “caput” da lei
9.615/98 (conhecida como a Lei Pelé) que trata do direito de Arena. Além de alterar o
tempo mínimo de contrato, passando de três meses para 30 dias.

O artigo 42, anterior às modificações, dava o direito às entidades que participavam do
espetáculo desportivo negociar, autorizar e proibir a fixação, a transmissão ou
retransmissão de imagens dos eventos desportivos de que participem. No entanto,
agora, a norma se remete a uma prerrogativa exclusiva do mandante negociar o direito
de arena.

Em entrevista exclusiva ao
Amistoso AL, o presidente do Sindicato de Atletas
Profissionais do Estado de Alagoas (SAPEAL), Jorge Borçato, foi cauteloso em falar
sobre a MP, já que é partidário que as equipes mandantes possam negociar o direito de
transmissão. Diz que pode dar um poder de barganha maior aos clubes pequenos. Mas
ressalta que foi um grande erro ter tirado o sindicato da jogada, já que com este os
atletas tinham garantido no final de cada campeonato o repasse proporcional do
direito de arena.

Na redação anterior do artigo se previa que 5% da receita proveniente da exploração
de direitos desportivos audiovisuais seriam repassados aos sindicatos de atletas
profissionais e estes distribuiriam, em partes iguais, aos profissionais participantes do
espetáculo, como parcela de natureza civil. Agora, “
com a nova Medida Provisória
Jogadores têm seus direitos ameaçados”
, afirma o dirigente. Explica que o dinheiro
referente aos atletas era passado diretamente para o sindicato sem passar pelos clubes
e que agora o direito dos atletas será repassado pelo clube adversário, que não tem
nenhum vínculo com os profissionais da outra equipe. Sendo assim, o dirigente
questiona sobre quem vai garantir que o repasse feito seja o correto.

Borçato, que também faz parte da comissão diretiva da Federação Nacional dos Atletas
Profissionais de Futebol (Fenapaf), diz que a entidade está buscando apoio político de
deputados e senadores para propor uma emenda que resgate a participação da
entidade sindical na MP, já que desta forma os atletas terão seus direitos de arena
resguardados.


NM com Fábio Ludwig via Amistoso AL

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