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sexta-feira, 14 de maio de 2021

Fernandes fala sobre período longe do trabalho, aponta queda de rendimento do CRB e projeta decisão do Alagoano



O técnico Roberto Fernandes está de volta ao Ninho do Galo. Nesta quinta-feira, ele foi para a primeira coletiva após o período de recuperação da Covid-19. O bate papo foi longo.

Primeiro, o treinador disse como observou o CRB enquanto esteve afastado. Espera que o time evolua nas finais do estadual, contra o CSA.

- O que a gente observou de fora, é notório, que nós tivemos uma queda de rendimento. Sabemos até o motivo da queda de rendimento, mas não adianta expor o problema. Nós precisamos corrigir algumas coisas para esses dois jogos da final. Isso é fato! Agora, independentemente dessa queda de rendimento, eu acho que a gente precisa controlar a ansiedade. Nós já temos um adversário que chegou por mérito à final, vão ser dois jogos de muita dificuldade e eu não preciso ter dificuldade aqui dentro, como ansiedade e pressão fora do normal. Cobrança demais só atrapalha, e a gente está num início de temporada.

Fernandes falou como o grupo está encarando a decisão do Alagoano. Quarta, o CRB venceu o Aliança por 2 a 1 e passou das semifinais.

- Nós tivemos um dia a menos de recuperação, o adversário (CSA) jogou na terça-feira, nós jogamos na quarta e já vamos jogar no sábado. Para esse jogo, o trabalho não é o que eu gostaria, mas é o possível. É recuperar os jogadores para que eles possam estar descansados para o primeiro jogo da final. Depois, para o segundo jogo, teremos uma semana para trabalhar, e aí vamos focar mais firme em algumas situações que não estão me agradando e entendo que temos condições de melhorar.

O treinador do Galo quer mais intensidade no time. Ele lembrou que o futebol não é só a parte técnica.

"A atitude da equipe tem que ser diferente, a postura tem que ser diferente".

- Eu que acompanhei do hospital, com um tubo de oxigênio no nariz, e quase que o oxigênio não era suficiente pra dar sustentação por aquilo que tinha visto. Eu acho que a equipe fez uma partida fora da curva, muito no que diz respeito à atitude. Em decisão, qualidade técnica é importante, mas garra, determinação, senso de merecimento, isso são coisas muito importantes num jogo decisivo. Por isso que eu acho que a postura da equipe não pode se repetir em termos de passividade.



Confira outros tópicos da coletiva:

  • Ansiedade do torcedor

- O torcedor tem ansiedade por escalação e não lembra que a equipe que começa um jogo quase sempre não é a que termina. Não foi só o técnico Roberto Fernandes que teve Covid. Nós tivemos aí, num período de 15 dias, muitos jogadores que tiveram que passar pela questão da Covid.

- Segunda coisa: nós tínhamos alguns jogadores com lesão e outros com iminência de lesão. O sonho de todo treinador é escalar a força máxima, e que ela renda tudo o que pode render. Mas nem sempre isso é possível. Perdemos jogadores com Covid, jogadores por lesão e tivemos que tirar outros jogadores para que não se lesionassem. Hoje, a gente chega para a final numa condição muito próxima do ideal, porque a maioria dos jogadores está liberada pelo departamento médico. A gente ganha uma opção não só de equipe para iniciar jogando, mas também de opções no banco de reserva.

  • A ausência de público

- Eu acho muito prejudicial. Não quero discutir a decisão, se é correto (ter) público ou não. Eu acho que faz uma falta muito grande. Primeiro, porque a torcida do CRB é muito exigente. Tem dois lados: tanto do apoio, na hora que o time precisa, quanto da cobrança também. Futebol sem cobrança não existe. É óbvio que você não pode passar do ponto. Se você esticar qualquer corda, ela vai estourar. Mas um clássico, principalmente uma decisão, sem presença de público, sem sombra de dúvidas, vai ficar faltando um algo mais, uma questão de emoção.

- A gente sabe da importância de brigar por esse bicampeonato. Pra mim é especial. É a segunda vez que eu levo o CRB à final. Na primeira, eu não consegui disputar a final. Agora, estou tendo essa oportunidade e vamos buscar fazer o nosso melhor. Trabalhar muito para merecer demais.

  • Qual a postura na decisão?

- Decisão você tem que ter o espírito de decisão. Eu acho que isso não pode faltar. Se nós analisarmos os últimos dois, três anos desse clássico, talvez, o resultado que mais ocorreu foi empate. Então é um jogo decidido em detalhe. Tem sido um jogo muito equilibrado. Quando tem vitória, é sempre mínima. O nível de concentração nosso tem que ser muito alto para que o time não cometa alguns erros que vem cometendo e tirando a paciência do torcedor, e dez vezes mais a minha, diga-se de passagem.

  • Como está sendo o retorno?

- Contrariando um pouquinho os médicos, ainda sem estar 100% da minha saúde restabelecida, mas é decisão e, de uma forma prudente, nós precisamos voltar a ter uma participação mais próxima dos atletas. Com isso, vamos contrariando a vontade dos médicos, mas a intenção nossa é retornar para esses jogos finais e, enfim, dar sequência à temporada.

NM com Denison Roma 
Fotos: Ascom CRB


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