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segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Projeto da FIFA prever Copa do Mundo Feminina a cada dois anos



O projeto da Fifa de realizar a Copa do Mundo feminina a cada dois anos, e não mais quatro como atualmente, pode impactar nos Jogos Olímpicos. No estudo que a federação internacional apresentou no início da semana a seus filiados há a sugestão de que caso o Mundial entre as mulheres se transforme em bienal seja criado um limite de idade para participação das jogadoras na Olimpíada, provavelmente sub-23, como já ocorre entre os homens.

A Copa feminina e a Olimpíada não coincidiriam, já que a primeira seria realizada nos anos ímpares (em julho), enquanto os Jogos ocorrem nos pares, mas a Fifa vê preocupação porque a proposta é que as Copas continentais, como a Euro e a Copa América, ocorram também a cada dois anos, nos pares, aí, sim, coincidindo com a Olimpíada.

"Devido ao aumento dos torneios finais continentais que seriam realizados a cada dois anos é sugerido que se discuta a idade para o futebol feminino nas Olimpíadas. Uma proposta que poderia ser analisada é que se torne sub-23, como no masculino, o que ajudaria no desenvolvimento das jogadoras", escreve o grupo de estudo criado pela Fifa no relatório apresentado. Segundo o texto, houve aumento da média de idade das atletas que disputam as Copas do Mundo. Em 2011, na Alemanha, 42% das jogadoras eram sub-23, número que caiu para 32% em 2015, no Canadá, e 23% em 2019, na França. A conclusão do relatório é que jogadoras mais jovens já têm mais dificuldade em conseguir espaço nas seleções dos seu países. 

DATAS-FIFA 

No projeto de mudança do calendário feminino, a Fifa também pretende mexer nas datas-Fifa, as janelas em que os clubes são obrigados a liberar as atletas para as seleções nacionais. O formato atual tem seis meses de janela —fevereiro, abril, junho, setembro, outubro e novembro—, com três diferentes modelos que dependem do tipo de jogo que cada seleção fará (se amistosos ou oficiais): 

Tipo 1 - 2 jogos - 9 dias de liberação das jogadoras 

Tipo 2 - 3 jogos - 10 dias de liberação das jogadoras 

Tipo 3 - 4 jogos - 13 dias de liberação das jogadoras A avaliação é que esse formato sobrecarrega as jogadoras, que têm em média menos de três dias de descanso em alguns dos modelos.

A avaliação é que esse formato sobrecarrega as jogadoras, que têm em média menos de três dias de descanso em alguns dos modelos. Como no masculino, a Fifa propõe criar meses com janelas maiores para os jogos de seleções:

 PROPOSTA A (janelas de dois meses) 

março - 7 jogos - 29 dias de liberação das jogadoras 

outubro - 7 jogos - 29 dias de liberação das jogadoras 

PROPOSTA B (janelas de cinco meses)

fevereiro - 3 jogos - 13 dias de liberação das jogadoras 

abril - 3 jogos - 13 dias de liberação das jogadoras 

junho - 3 jogos - 13 dias de liberação das jogadoras 

setembro/outubro - 3 jogos - 13 dias de liberação das jogadoras 

novembro - 3 jogos - 13 dias de liberação das jogadoras.

Como entre os homens, houve reclamação de treinadores(as) das mulheres de que a primeira opção faria com que o contato com as atletas demorasse a acontecer, de outubro a março, apesar de serem praticamente dois meses inteiros com as jogadoras à disposição das seleções.

A Fifa não descarta levar adiante a mudança no calendário feminino mesmo se a proposta do masculino, que tem rejeição da Europa e da América do Sul, fracassar. O presidente da federação internacional, Gianni Infantino, disse que as alterações poderiam ser feitas em momentos distintos. O calendário feminino atual acaba em 2023, enquanto o masculino encerra em 2024.

NM com Marcel Rizzo

Foto: BERNADETT SZABO Crédito: REUTERS

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