Presidente do ASA, Rogério Siqueira, foi o convidado do programa Gazeta Notícias Manhã, da FM 101 Arapiraca. Durante a entrevista, ele falou sobre o planejamento do clube para o restante da temporada e, claro, sobre o que o Alvinegro já conquistou, até o momento, onde ficou com o vice-campeonato alagoano, bem como da Copa Alagoas. E foi mais além, ao afirmar que a diretoria está montando um time forte, competitivo, tudo com um único e principal objetivo: conseguir o acesso à Série C do Brasileiro.
Primeiro ele comentou sobre as conquistas dentro de campo, até o momento. "Fomos vice-campeões alagoanos, vice da Copa Alagoas, pelo segundo ano consecutivo conquistando calendário para o ano subsequente. O vice alagoano já nos deu Copa do Brasil 2024, Pré-Copa do Nordeste, além da garantia de participar do Brasileiro da Série D. Então, são coisas que quando a gente inicia a temporada, a gente almeja muito chegar nesses objetivos", disse.
Ele lamentou por não ter levantado o troféu de campeão estadual, uma vez que, de acordo com ele, há uma desproporção entre um time de Série D e um de Série B, em termos financeiros. No entanto, ele se sente satisfeito com a campanha de sua equipe. "Gostaria muito do título alagoano, mas lutamos e não foi o momento ainda. Disputamos pelo segundo ano consecutivo. Ainda existe uma desproporção muito grande de investimentos. Um clube que hoje está numa Série D, para um que está na Série B. Então ainda existe essa desproporção. Mas a gente está trabalhando para poder voltar para o posto que a gente não deveria ter caído, que é uma Série B, para poder conseguir igualar esta parte de investimentos financeiros".
O mandatário alvinegro também fez um balanço em relação à campanha do ASA no Alagoano que, segundo ele, foi bem positiva. "Foi muito positiva. Atingimos, praticamente tudo que estava no nosso planejamento inicial, que era chegar às finais do Alagoano, que era o nosso primeiro objetivo e o segundo era ser campeão. E conquistamos isso pelo segundo ano consecutivo. Foi um ano em que conseguimos fazer uma ótima pré-temporada, saímos para fazer na estrutura do CT do Retrô, que é a maior do Nordeste, uma das mais conceituadas em nível nacional. Montamos um time com o professor Evaristo Pisa, que nas semifinais do Alagoano recebeu uma proposta irrecusável de um clube de Série B do Brasileiro, o Sampaio Corrêa, e ficou insustentável, não teve como ele não ir", observou.
E continuou: "Uma das promessas quando a gente traz um profissional diferenciado é a vitrine. E isso sempre acontece em Arapiraca, com o ASA. A gente fica feliz com essa situação porque é o reconhecimento de um profissional (treinador) que estava fazendo um trabalho conosco, desejo boa sorte para ele".
Sobre o treinador...
Rogério Siqueira também elogiou o trabalho feito pelo técnico Sidney Moraes. "Ele nos colocou nas duas finais, tanto da Copa Alagoas como do Campeonato Alagoano. Infelizmente não conquistamos o título, mas conquistamos o calendário do próximo ano. E isso nos dá uma tranquilidade maior, até mesmo para trabalhar esta Série D deste ano. Porque quando você não tem um calendário garantido você tem a obrigação de estar entre os quatro, porque é a competição mais difícil entre todas das quatro séries da CBF. São 64 clubes e se classificam apenas quatro. No ano passado, com 64 clubes, ficamos em 5º, mas é mesmo que tivesse ficado em 64º".
Sobre a chegada do técnico Paulo Roberto Santos, o mandatário revelou que já era um namoro antigo. "Já era um namoro nosso. Ele é conhecido no futebol como o 'Rei dos Acessos'. São 14 acessos na carreira. Só de Série D ele disputou quatro e teve três acessos. Inclusive, um desses acessos foi contra a gente, no ano passado, quando ele era o técnico do Pouso Alegre", destacou.
Ele revelou, ainda, que o foco do clube agora é 100% preparar um time para conquistar o acesso. "É fazer um time para a gente subir. Não estamos medindo esforços para que isso aconteça. Então, já chegou toda a comissão técnica, com todos os componentes. E iniciou-se a preparação na semana passada".
Segundo Siqueira, chegou ao clube uma comissão completa, ou seja, além do novo comandante, vieram o preparador físico, o preparador de goleiros e o auxiliar técnico. "Inclusive, ele (técnico) já sugeriu algumas contratações. Já foram sete para reforçar o nosso elenco e devemos ter mais uma ou duas contratações pontuais, para reforçar o nosso elenco, que já é um elenco muito bom para ir em busca do tão sonhado acesso".
Os reforços que foram contratados, até o momento são: os laterais esquerdos Foguinho e Talysson, o lateral direito Iranlison, os zagueiros Gabriel e Vitor Pereira, o volante Marquinhos e o atacante Dudu Silva. Ele destacou, inclusive, o garoto Dudu. "O Dudu é um atacante de 23 anos, é da base do Ceará e foi para o Cruzeiro do Wanderlei Luxemburgo e surgiu como uma grata surpresa. É um jovem promissor, jogador que pertence ao Primavera-SP, mas conseguimos o empréstimo para este ano e com certeza vocês vão ouvir falar muito neste nome".
Adversários do ASA
Sobre o grupo do ASA na Série D (Jacuipense, Cruzeiro, Retrô, Sergipe), o presidente alvinegro classificou como sendo o mais difícil de todos. "É o grupo mais difícil e muito disputado e as quatro vagas vão ser definidas já no final dos jogos de volta. Pode ter certeza disso", cravou.
O ASA estreia fora de casa na Série D, contra o Jacuipense. Rogério comentou sobre esse confronto longe de seus domínios, mas disse que considera uma partida como qualquer outra, seja fora ou dentro de casa. "Acho normal, nós vamos estar muito preparados, em busca da 1ª vitória. Então, não tem nenhum problema estrear em casa ou fora. O mais importante é trazer os três pontos".
E como está o ASA financeiramente? Perguntou o âncora do programa, Jairo Campos. E Rogério foi categórico ao afirmar que quando se chega a um clube como o ASA o dirigente não chega enganado. "A gente sabe tudo o que vai encontrar pela frente.Nninguém está ali sem saber o passivo do clube. O ASA é um clube em que existem muitos passivos ainda, mas temos cumprindo com nossas obrigações".
Ele revelou que o existe um ato trabalhista no clube, mas que em meados do ano passado, quando ele assumiu o clube, em abril do ano passado, já foram pagos 65% do tal ato trabalhista. "Quando cheguei e comecei a ajudar na gestão do Higor (ex-presidente), até aqui já pagamos 65% do nosso ato trabalhista, em uma ano de trabalho. Então, as coisas vêm funcionando, a gente vem buscando parcerias, o empresariado, a parte politica, todos têm entendido a seriedade do nosso trabalho".
Ele disse, porém, que o ASA "não anda nadando de braçadas em dinheiro". E revelou que trato o ASA como se fosse uma das suas empresas. "Trato como se fosse uma de minhas empresas ou até mesmo com maior atenção. A gente parte do princípio que pagar salário em dia não é fazer favor para ninguém. É obrigação do gestor. Não importa de onde vem o dinheiro, o trabalhador trabalhou e ele tem que receber. Essa é a filosofia que às vezes dá a entender que o ASA está com dinheiro. Mas o ASA não precisa do dinheiro de ninguém. Precisa é de fôlego financeiro".
Rogério Siqueira destacou que a diretoria alvinegra vem buscando recursos fora e citou um grupo de torcedores alvinegros - denominado de grupo de sustentabilidade financeira - que vem ajudado a equipe. "A minha entrada no ASA foi-se dada a partir do momento em que conseguimos juntar um grupo de sustentabilidade financeira. Então, nós somos 15 torcedores do clube, que não fazem parte da diretoria, é um grupo à parte".
E explicou o motivo pelo qual se deu a formação desse grupo: "Porque, vira e mexe, o ASA precisa de cem mil, duzentos mil, 300 mil, 500 mil reais, que para um fica pesado, mas para dividir para 15 dilui bem. Não é que o ASA precisa que seja dado. Às vezes precisa, mas o dinheiro pode demorar um mês, dois meses, para poder sair de um patrocínio ou de um bloqueio que tenha. Então, existe hoje isso no ASA que é o que vem dado essa sustentabilidade para poder trabalhar".
E o CT?
Sobre o Centro de Treinamento do Alvinegro, ele afirmou que se tratou uma verdadeira luta da diretoria, para conseguir as respectivas reformas, mas que já tem muita coisa pronta.
"Desde o dia de Natal do ano passado a gente vem treinando no nosso CT. Nós adquirimos o nosso CT, que é o antigo Oásis, no Bálsamo, que é o CT Noel Alves. Já existem dois campos em formato reduzido, um parque aquático e uma área grande onde a gente faz a parte de academia, que está sendo concluída. E reiniciamos as obras, depois de dez anos, do CT que fica nas Bananeiras. Ele era o número 1 e, como ficou em stand by, agora o CT do Bálsamo que é o número 1, que inaugurou primeiro, e o da Bananeiras é o CT 2, onde retomamos as obras", explicou.
E continuou explicando, dando até um prazo para as obras serem concluídas: "Porque precisamos de um campo de dimensões oficias, espelhado no Coaracy da Mata Fonseca. E no CT Noel Alves não tem espaço para isso. As obras lá já estão bastante avançadas e creio que o mais tardar de dois a três meses já estaremos treinando lá em um campo de dimensões oficiais".
Gratidão aos torcedores
Ele finalizou agradecendo aos torcedores alvinegros por estarem com o time neste momento do ASA. "Queria agradecer a todo o torcedor alvinegro porque tudo o que vem acontecendo é a chama que se reacendeu ali, no ano passado, das arquibancadas. E isso reflete diretamente dentro de campo. Então, muito obrigado a cada um de vocês, torcedor".
Ainda de acordo com ele, a campanha dos sócios torcedores está indo muito bem. "O sócio torcedor tem acontecido, o pessoal tem chegado junto e novidades estão por vir. Só tenho a agradecer por todo o apoio dado. A gente tem que tirar o chapéu todos os dias e até reverenciar essa nossa torcida que tem sido um espetáculo!".
E, diante disso, ele finalizou a entrevista, declarando sobre o que o torcedor alvinegro pode esperar do ASA. "Um time muito forte e, com certeza, o acesso para a Série C", garantiu.
NM com Fernanda Medeiros
Foto: Pablicio Vieira
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