Um assunto muito importante surgiu esta semana no
que diz respeito a arbitragem alagoana. Foram abertas as inscrições para mais
uma turma de formação de árbitros aqui em Alagoas e muitas dúvidas e respostas
teriam que ser esclarecidas, e nada melhor do que conversar com
"o Pai da Matéria", o Diretor Presidente da Escola Nacional de
Arbitragem e o também Diretor Administrativo da arbitragem da CBF, Sérgio
Corrêa, que como sempre nos atende com muito respeito e atenção.
Vamos ao bate-papo com um dos homens mais importantes da arbitragem brasileira:
1 – Fale um pouco se sua trajetória até
chegar a Diretor-Presidente da Escola Nacional de Arbitragem
R – Resumindo... Lá se vão 32 anos no setor. Passei pelos campos de
futebol (638 jogos profissionais), entidade sindical paulista (todos os cargos
até ser eleito e reeleito); colaborei na fundação da Anaf (lá fiquei de 1997 a
2003); integrei a comissão estadual de arbitragem e a escola paulista de
árbitros (2995 a 2007); até receber convite para ajudar na reestruturação da
arbitragem nacional, após o escândalo do apito, em 2005. Quase 8 anos morando
no Rio de Janeiro. Participei de várias reuniões com dirigentes da FIFA, em vários
países. No último evento, ouvi de uma das maiores autoridades da arbitragem
mundial referencias elogiosas ao trabalho desenvolvido pelo setor de arbitragem
da CBF e lá estavam pessoas de todos os países da América Latina e dez
brasileiros.
2 – Fale do Escândalo do Apito, de 2005 e do resgate da credibilidade da
arbitragem nacional?
R - Lamento que árbitros formados numa Escola que teve como diretores
grandes personalidades, um deles não foi cuidadoso o suficiente, formando e
prosperando e permitindo tais tipos prosperarem no setor. Mas o que parecia
importar para ele era a qualidade no campo de jogo e não também e
indispensavelmente a de fora, ou seja, a conduta social, ética e moral do
árbitro! Além, claro, de criar regras, realizar uma renovação sem qualquer
critério e hoje condenar o que vem sendo feito, com projeto estabelecido e
cumprido. Talvez o que valia e vale para ele fossem interesses, digamos, mais
paternais do que profissionais! Mas vida segue e o relógio não volta!
Quanto ao resgate da credibilidade, claro que ocorreu e tenho orgulho de dizer
que – com ajuda de vários colaboramos na regulamentação da arbitragem do meu
estado e nacional. Depois de tantos desafios, acredito que esta arbitragem
atingiu seu patamar mais elevado. Não é apenas falácia, são números
incontestáveis, por intermédio de notas atribuídas aos árbitros, resultado de
mais de 1.200 partidas anuais, mudança na forma de encarar, sem falar na
questão física e mental que vem sendo copiadas com muita inteligência por alguns
gestores. O que é muito bom!
Quando vejo alguns árbitros entrando em campo, a sensação é que o caminho
apontado pelo projeto está correto. Como exemplo, dos sete indicados para a
próxima Copa do Mundo (Seneme, Vuaden, Heber, Sandro, Emerson, Alessandro e Van
Gasse), quatro deles pertencem a este projeto. A escolha não é da CBF, mas dos
organizadores dos Melhores! E olha que temos outros que poderiam estar neste
processo (Paulo César e Marcelo de Lima, por exemplo). Ai, teríamos nove, ou
seja, mais de 50% da nova safra. Outro detalhe, o premio Melhores do Brasil
iniciou em 2005 e nos últimos anos, venceram: Leandro Vuaden, Sandro Ricci e
Wilton Sampaio.
Voltando um pouco ao tempo, quando integramos a CA, sob a presidência do
Dr. Edson Rezende de Oliveira (hoje o corregedor de arbitragem), no ano de
2005, a RENAF contava com apenas 17 árbitros com idade inferior a 30 anos. A
pirâmide estava totalmente invertida. Hoje, corrigimos esta distorção absurda e
a base tem 146 nesta faixa. Com este cenário, a nova CA pode trabalhar com
tranquilidade, mesclando, ou seja, tem reposição. O “Papa Francisco do Apito”,
Pereira vai elevar ainda mais a arbitragem brasileira, com simplicidade,
trabalho e humildade. Com a baixa faixa etária e tempo disponível vai formar o
árbitro moderno no antigo “fogão a lenha”, pois para resgatar os problemas do
Escândalo do Apito de 2005, tivemos que usar o forno de “micro-ondas”!
Outro detalhe, a qualidade física dos jogadores é excepcional e os
árbitros que antes corriam 4 km, agora são obrigados a correr quase 12 km. A
previsão é de se chegar aos 16 km/h.
Se todos os indicados em 2013, hipoteticamente,
fossem integrados, veja o salto que isto daria. Hoje, a CA poderá- se desejar –
fazer ajustes para a pirâmide não inverter. Existe equilíbrio, pois isto foi
projetado para ser assim. Não adianta, os que tiveram suas oportunidades
ficarem patrulhando, pois contra fatos não existem argumentos.
Abaixo a média de idade sendo reduzida desde a
implantação do projeto PMA – Fase I (2006 – 2009) e PMA – Fase II (2009 –
2013). Agora, a nova CA irá apresentar o Programa de Modernização da Arbitragem
– Fase III (2013 – 2017)
Os que pararam na década de 90 nem podem imaginar
as exigências modernas. Um dos programas de TV Globo (Bom dia Brasil!) vem
apresentando a evolução dos jogadores de futebol, portanto os que assistirem
deverão entender um pouco dos motivos que levaram a Fifa e a CBF a tomarem
algumas medidas. Não trabalhamos com exceções, mas com as regras gerais.
Este novo padrão físico vem tirando alguns árbitros gabaritados, o que é
lamentável, mas ninguém, dentre os que participaram do processo, pode dizer que
desconhece o esforço exigido num campo de futebol. A velocidade nos dias atuais
é incrível e desumana para apenas um árbitro!
Um fato. Em um dos últimos testes realizados em Zurique, de 52, 49
passaram. Isto significa quase 95% de aprovação entre os árbitros. Isto atende
e bem o que o setor físico está cobrando. Os que foram aprovados são os
decantados em verso e prosa pelos profundos analistas de arbitragem que, longe
do processo e sentados em frente a um computador, reclamam das mudanças. Por
outro lado, até entendemos isto, pois quando a esposa muda um móvel de lugar,
reclamamos!!!! Ninguém gosta disto, mas o mais difícil é tomar a decisão, é ter
a coragem de mudar como tivemos. Como disse acima, tudo isto amparado em fatos
e não em achismos.
3 - Legalmente, quem está apto para Formar novos árbitros: CEAF,
Sindicatos ou Federações?
R - o grande problema observado são os discursos sem qualquer base ou
conhecimento. O texto do art. 55 da lei Zico virou Art. 88 da Lei Pelé. Este
texto prevaleceu de 1993 a 2013. São 20 anos e pergunto: quem formou os
árbitros neste período? Veja bem, falo de duas gerações de árbitros!
Recentemente o texto foi alterado e agora o Art. é o 62. Quem conhece o
novo texto? Em 2006 fizemos um diagnostico e constatamos carências no setor,
com falta de instrutores, material didático e técnicas para o setor. A FIFA
somente voltou a sua atenção para o setor em 2004, com o projeto Futuro I e II
(2005). A partir de 2008, veio o Futuro III e o programa de assistência a
arbitragem, o RAP.
De lá para cá indicamos vários instrutores para atualização no exterior.
Lá se vão 6 anos! Todos os indicados são referencias, mas nem todas as
entidades aproveitam o trabalho deles! Aí entra as questões locais, complexas e
de difícil solução. Não existe subordinação, mas cada um resolve a sua maneira.
4 - A ANAF criou uma Escola que tem o nome sugerido por você e logo em
seguida você criou uma outra escola. O que essas duas escolas possuem em comum
e o que elas possuem de diferente?
R – A ANAF criou esta Escola pela segunda vez. A primeira foi na
Administração Marcio Rezende, do qual fui Secretário-Geral. Sabe qual o nome
dado a Escola na primeira fez? Respondo: “Cel. Aulio Nazareno”. O Armando
Marques também criou a Escola de Arbitragem e o nome também foi este. Quanto
tempo durou este projeto? Um ano e alguns cursos esparsos e nunca mais se ouviu
falar disto.
Neste ano, oficialmente, por intermédio de Resolução do Presidente José
Maria Marin temos a Escola Nacional de Arbitragem – CBF, cujo regimento esta
disponível no site da CBF. Como Diretor-Presidente da ENAF, escolhi o Sálvio
Fagundes para ser o responsável técnico pela instrução nacional e ele vem
desenvolvendo um excelente trabalho.
Aliás, as novas medidas já fazem parte do PMA – Fase III (sumula
eletrônica, árbitros adicionais, rádios, escola, quebra do paradigma sobre a
arbitragem brasileira, etc)
5 - Quem determina a Carga Horária e as Disciplinas para as Escolas nos
Estados é você, a CBF ou fica a critérios da Escola local?
R – Quanto a carga horária, disciplinas, qualquer um pode ir ao site da
CBF e lá encontrará tudo o que desejar.
Voltando um pouco no tempo, quando realizamos um diagnóstico em 2006
comprovou-se o óbvio, quase nenhum padrão. Depois de 7 anos, 3 cursos
internacionais para instrutores nacionais e 15 escolas de arbitragens
oficialmente criadas teremos uma arbitragem melhor.
Posso dizer que a missão esta quase finalizada e muito feliz, pois se
tínhamos dois ou três donos das regras na década de 80, hoje temos mais de 3
dezenas a mais de instrutores credenciados, atualizados e com material didático.
É ou não uma vitória?
Caro Paulo Lira, tudo é muito simples. Quantas faculdades temos no
país?. Quantas são consideradas de excelência e quantas nem tanto? Se pegarmos
os 26 estados e o DF poderemos dizer qual o maior ou menor, todavia não
poderemos dizer que o maior é o melhor e que no menor é o pior. Cada um tem seu
valor, sua forma, suas características e critérios definidos, todavia, o
conteúdo programático deve ter um padrão. A formação é a base de tudo. Um
engenheiro, um advogado, um médico passam 5 anos estudando num padrão definido,
todavia quem será umOscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares
Filho, nem todos! O mais importante é que os prédios não desabem, não se
cometa injustiças e prendam inocentes e não morram pessoas por imperícia. Por que
com o árbitro seria diferente?
Veja o exemplo do Francisco Carlos, intitulado no sul – sudeste como
“alagoano” Um desrespeito total a um ser humano, de origem humilde e que tem
virtudes e defeitos. Sabemos o quanto é difícil para aceitarem um nordestino
vencendo. O prezado deve se lembrar do martírio pelo qual passaram Sebastião
Rufino, Manoel Serapião (um dos maiores conhecedores de regras), Dacildo
Mourão, pelo Wilson Mendonca, Sidrack Marinho e outros... Não é fácil!!!
Para que uma região cresça é necessário referência e quando existia tal
possibilidade o presidente Ricardo Teixeira não perdia a oportunidade. Para os
maldosos: política; para os que acompanham o cotidiano: visão de futuro. As
vezes perdemos um pouco na qualidade sim, mas toda equipe tem Pelés,
Rivellinos, Zicos, Ronaldos, como tem outros não tão craques, mas deveras
importante.
Imagine se os 10 melhores árbitros fossem de dois estados apenas (cinco
para cada um) e na competição tivessem 9 equipes disputando o título ou o
rebaixamento. Na hora de fazer a designação, o que fazer?
É por isto que neste projeto (primeira mão para o seu blog), a CA esta
projetando o PMA – Fase 3 que já começa a ser implementado, com designações de
assistentes e adicionais locais. Isto é um processo que vai demorar 4 anos,
mais vai acontecer. Temos que confiar nos árbitros para que possamos realmente
chegar ao ponto que todos imaginam, mas apenas chutam sugestões sem qualquer
embasamento temporal.
Nestes mais de 100 anos, quantos internacionais o nordeste deu para a
arbitragem? E o sul-sudeste. Nem alguns antiquados dirigentes sabem quantos? As
pessoas não tem nocao de nada! Tem árbitro do sul-sudeste que foi da FIFA e fez
uma única partida na Copa Libertadora!
Acredito nele e ele vai vencer o preconceito! Ele vem de origem humilde,
tem carências, falhas por todo um sistema falho, mas suas virtudes são maiores!
Tem um grande árbitro FIFA que, no seu primeiro ano, queriam arrancar o escudo.
Tiveram paciência e hoje ele é um dos melhores do mundo! Tem outro que já vem
se destacando e também queriam seu escudo. Sempre foi assim. O problema é que
as pessoas esquecem e o tempo apaga o que dizem, mas para este que vos escreve
não. Tenho tudo registrado!
6 - Em relação aos Professores/Instrutores das Escolas, existe alguma
exigência específica? Tipo: Formação, Atuação/Carreira de Árbitro? Ou não
existe nenhuma exigência?
R – Arbitragem é uma atividade totalmente diferente e não seria
diferente para os instrutores. É lógico que um ex-árbitro, se possível
internacional tivesse pedagogia para dar uma aula, mas isto seria o mundo ideal
que não temos ainda. A exigência do terceiro grau para os árbitros foi
condenada como a redução da faixa etária, mas hoje, com a tecnologia, muitos
dos grandes árbitros e dirigentes de arbitragem do passado não teriam vez, pois
é necessário conhecer tais ferramentas. As pessoas não conseguem visualizar a
globalização. Não sabem nem o que é uma geração “X” ou “Y”. É duro lidar com
quem desconhece parte do processo. Por outro lado, se tivermos pessoas que
nunca colocaram um apito na boca, isto não as impede de ensinar ou dirigir.
Tudo é uma grande bobagem e temos exemplos que deram certo. Se nome resolvesse,
bastava colocar o Rei Pelé de treinador da seleção e seríamos campeões todas as
copas. Temos grandes treinadores que foram jogadores medianos!
Um pilar que deve ser considerado, além do técnico e físico é o
psicológico. O trabalho desenvolvido pela Dra. Marta Aparecida Magalhaes Sousa
merece a citação. Como sou do tempo das cavernas tenho muitas dificuldades para
entender este pilar, mas o que tem feito de bem para vários árbitros é algo
impressionante.
7 - De alguma forma você influencia ou interfere nas Escolas dos Estados
dirigidas seja por Sindicato ou, principalmente, CEAF?
R – De maneira alguma. Eles tem administração e competências próprias.
Como disse acima, cada um tem seu valor, sua forma, suas características e
critérios próprios. Mas estamos sempre a disposição, a qualquer horário e
tempo.
8 - A Federação quanto faz uma resolução assinada pelo seu Presidente
nomeando os Diretores/Coordenadores da Escola não está criando um vínculo
empregatício com esses nomeados e principalmente com os Futuros Árbitros que
serão formados?
R – A legislação é clara a respeito disto. Vai sempre aparecer alguém
buscando seus direitos, mas a justiça tem competência para responder e decidir.
Estou no futebol há 32 anos. Sei de ex-árbitros que acionaram e obtiveram
êxito, como já soube de outros que perderam. Em um determinado estado, muitos
árbitros entraram na justiça e o encabeçador do movimento ser o primeiro a
desistir e convencer muitos a desistir. Resultado final desfavorável para a
grande maioria. Vivemos num país livre, portanto cada um sabe o que lhe é
conveniente. É como o direito de imagem. A legislação prevê para jogadores e
até hoje e vários processos depois nenhum sucesso.
9 - A EAD hoje é uma realidade e que vem sendo utilizado por grandes
instituições (Ex. FVG, MEC, SENAC) para formar novos profissionais. A CBF não
deveria seguir esse caminho (a EAD) para formar novos árbitros e principalmente
atualizar os que já compõem o quadro Nacional?
R – A Escola Nacional de Arbitragem não é para formar, mas para
aprimorar os que pertencem a sua relação. Adianto, todavia, que a ead ou
qualquer outra instituição que objetive somar poderia ser muito útil, embora
não seja crivel que, hoje, no Brasil, haja instituição capaz de
graduar árbitros de futebol, sobretudo sem os instrutores que a CBF formou
e aperfeiçoou, sob pena de darmos um passo atrás, ou seja, perdermos a rota da
unificação da arbitragem, tudo sem falar, perdao pela franqueza, na absoluta
falta de conhecimento das regras e da técnica de arbitragem por quem nao
vivenciou a atividade e não procurou aperfeiçoar-se.
10 - Qual é o acompanhamento que você tem das Escolas que existem pelo
Brasil? Você tem acesso ao Estatuto dessas Escolas? Relatórios? Regimentos e
Regulamentos?
R – Apenas de auxiliar aos que desejarem. Quando assumimos, tínhamos 4
ou 5 escolas e hoje chegamos a 15. A luta é fundar 27 e ajudar no que for
possível. Estamos na arbitragem para colaborar e servir a quem solicitar. É
mais do que uma parceria, mas uma alegria colaborar.
11 - Sérgio, por que não se respeita o Estatuto do Torcedor: Art. 88- Os
árbitros e auxiliares de arbitragem poderão constituir entidades nacionais e
estaduais, por modalidade desportiva ou grupo de modalidades, objetivando o
recrutamento, a formação e a prestação de serviços às entidades de
administração do desporto. Você, pelo que tenho conhecimento, foi Dirigente da
ANAF muito Atuante em Defesa da Entidade. Não seria o momento ideal para você fazer
valer a Lei e contribuir com a ANAF e os Sindicatos reconhecendo a Lei em prol
das associações?
R – Este texto vigorou de 1993 a 2013. Veja a nova redação:: Art.
62. a participação de árbitros e auxiliares de arbitragem em competições,
partidas, provas ou equivalente, de qualquer modalidade desportiva, obedecerá
às regras e aos regulamentos da entidade de administração, a qual, no
exercício de sua autonomia, fará inclusão ou exclusão de nomes nas relações
regionais, nacionais ou internacionais.
12 - Se em um Estado tivermos duas escolas, uma Administrada pela CEAF e
a outra pela Associação e/ou Sindicato. As duas fazem cursos e formam árbitros.
Qual das duas vai ser reconhecida por você? Isso pode acontecer?
R – É preciso entender que as entidades de
administração são privadas! Em grandes estados existem Federações, Ligas,
Sindicatos e Associações de Árbitros (muitas). Cada um forma os seus e
disponibiliza para o seu mercado. Existem Sindicatos que firmaram parcerias com
as entidades estaduais e convivem muito bem. Tudo é questão da forma de encarar
o sistema chamado futebol. A Fifa, a Conmebol e a CBF não formam árbitros,
apenas pegam emprestados. Todas elas realizam cursos de aperfeiçoamento para os
que compõem seus quadros.
13 - Qual é a ajuda ou apoio que a CBF ou você dá para as Escolas de
árbitros nos Estados?
R – De logo, adianto que todo o modelo, envolvendo a estrutura
completa, conteúdo programático, carga horaria, método de avaliação,
instrutores etc. - está à disposição de todas a entidades que desejarem
montar ou aperfeiçoar a Escola de arbitragem ou seus oficiais.
Acima foto de autoria de Claudio Freitas dos Instrutores Mundialistas e
ao lado, os Instrutores que participaram de recente treinamento para que eles
reproduzam isto nas 27 Federações.
Abaixo, o Salvio falando com os
Instrutores.
Caro PL foram muitos anos de dedicação a arbitragem, com muitas
conquistas.
Antes de finalizar deixo outro exemplo que repercutiu e ainda irá
repercutir... No final de agosto de 1997, em uma AGE do SAFESP sugeri a criação
de uma cooperativa de árbitros e isto consta em ata da entidade paulista.. Em
2004, em Fátima, a criação de uma entidade mundial dos árbitros!. Muitos risos,
brincadeiras... Uma década depois...
Ajudamos no resgate da história da arbitragem paulista e nacional
(livros editados em 2007, 2009 e 2012); Junto com Márcio Rezende, colaboramos
no Grupo de Trabalho Especial do Ministério dos Esportes em 2001; fiz gestões
junto ao Ministério dos Esportes e a conseguimos uma vaga no Conselho Nacional
do Esporte, cujo primeiro conselheiro foi o Márcio Rezende; colaboramos com o
Projeto de Lei que trata da regulamentação da atividade (2011), entre outras
vitórias importantes.
De 1997 a 2007, nunca um dirigente da Anaf teve a oportunidade de falar
com o presidente da CBF....
A partir de 2007, a atual administração da Anaf participou de várias
reuniões e conquistaram avanços significativos para a categoria. No último
congresso, por exemplo, um Ministro de Estado e o próprio Presidente da CBF
participaram da abertura oficial. E pensar que, de 97 a 2003, até para
conseguir uma escala completa era missão quase impossível... Sabemos que falta
muito, mas se lembrarmos que o idealizador da Copa do Mundo levou 24 anos para
que a primeira ocorresse no Uruguai, teríamos mais paciência.
Quanto ao apoio, aproveito para agradecer e registrar que tanto o antigo
presidente, Dr. Ricardo Teixeira, como o atual, Dr. José Maria Marin,
dirigentes que deixam a CA trabalhar, mas que exigiram e exigem a melhoria da
arbitragem nacional. Outro exemplo é o presidente da FPF, Dr. Marco Polo Del
Nero igualmente, em seu estado, foi o responsável por mudar a cara da
arbitragem e resgatar a credibilidade e qualidade da arbitragem combalida.
Já observamos esta nova mentalidade em alguns estados, mas, ainda, temos
muito a percorrer e sabe qual é a porta de entrada: uma boa ...
Os links da Enaf
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