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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Após dois meses, CSA e CRB seguem sem divulgar balanços financeiros em sites

FOTO:AILTON CRUZ
30 de abril. Esta era a data limite para a publicação dos balanços financeiros de 2019 pelos clubes brasileiros de acordo com a Lei Pelé. Em Alagoas, os documentos não foram divulgados por CSA e CRB, mesmo após dois meses do prazo estipulado pela legislação brasileira.
A Lei sancionada em 1988 obriga os clubes brasileiros a publicarem demonstrativos financeiros em sítio eletrônico próprio até o dia 30 de abril do ano seguinte, tendo em vista que eles empregam atletas profissionais, independentemente se são associações sem fins lucrativos ou clubes-empresas. O que não foi realizado pelos dois grandes do Estado até o momento.
CRB
Pelo lado regatiano, o clube tornou público nessa quarta-feira (8) um documento que diz ser referente ao ano de 2019. A documentação foi divulgada através das redes sociais, pelo repórter Rafa Peixe, da Rádio CBN Maceió, setorista do Galo. Nele, estão os valores arrecadados entre competições disputadas, sócio-torcedor e patrocínios.
Galo encaminhou, em abril, um documento a FAF sobre os balancetes mas segue sem cumprir a Lei Pelé
FOTO: REPRODUÇÃO

























De acordo com a publicação, o Regatas arrecadou na temporada passada R$ 14.472.711. Sendo: rendas de competições R$ 1.591.537,00; sócio-torcedor R$ 706.563,04; Brasileirão: R$ 5.430.358,97; Copa do Brasil: R$ 2.306.062,40; Copa do Nordeste: R$ 1.793.932,95; e patrocínios: R$ 2.534.784,01.
O documento foi encaminhado à Federação Alagoana de Futebol (FAF) em 27 de abril de 2020 e a entidade publicou no dia 6 de maio. Porém, de nada adiantou, já que não houve o cumprimento da lei em relação à publicação em sítio eletrônico.
CSA
Já o Azulão do Mutange, até o fechamento desta edição, nessa quarta-feira (8), não tinha divulgado suas finanças relativas à temporada passada. O clube azulino, inclusive, sequer dispõe de abas sobre o tema em seu site oficial.
Site oficial do Azulão não conta com o balanço financeiro de 2019
FOTO: REPRODUÇÃO











PUNIÇÕES
Vale ressaltar que o não cumprimento da medida legal acarreta em dirigentes destes clubes à inelegibilidade, por cinco anos, para cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação em qualquer entidade ou empresa direta ou indiretamente vinculada às competições profissionais da respectiva modalidade desportiva. Além disso, os clubes podem perder benefícios do Profut, programa do governo federal para refinanciamento de dividas fiscais, e até exclusão da plataforma.
Ao entrar no programa, os clubes se comprometem a divulgar os balanços em troca de descontos em multas, juros e encargos, bem como a prorrogação de prazos em até 20 anos para pagamento de impostos não recolhidos por décadas.
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quarta-feira, 3 de junho de 2020

Sport tem pior cenário financeiro dentre os 20 principais clubes do Brasil; veja o ranking das dívidas


Um estudo realizado pela consultoria Ernst & Young aponta o Sport como dono do pior cenário financeiro entre os 20 clubes mais bem colocados do ranking da CBF. Com R$ 178 milhões de endividamento líquido (todas as dívidas do clube), o Leão tem um passivo 4,53 vezes maior que a receita gerada pelo clube, em 2019: R$ 39 milhões.

O cenário do Sport fica ainda mais complicado, quando o balanço financeiro divulgado pelo Rubro-negro, em abril, aponta para uma dívida a curto prazo (que precisa ser paga em até 12 meses) de R$ 145 milhões.

Ainda de acordo com o levantamento da empresa, quando a análise da relação entre dívidas e receitas é feita sem contar com negociações de jogadores (ou seja, olhando apenas a receita recorrente), o Sport é ultrapassado pelo Botafogo, que aponta um débito 5,60 vezes maior que o faturamento.

O estudo exemplifica como a captação de receita é o gargalo nas contas do Rubro-negro. Isso porque, se olharmos as dívidas totais dos clubes, o Sport aparece apenas na 15ª posição do ranking. No entanto, tem a terceira pior receita. Com R$ 39 milhões, o clube fica à frente de América-MG, com 32, e Atlético-GO, 19. O trio, é importante frisar, disputou a Série B no ano passado - logo, teve receitas menores.

Vale destacar que o panorama de 2019 ganhou um abalo em 2020. Isso porque, embora tenha projetado R$ 61 milhões de receita líquida no orçamento para a temporada, a paralisação do futebol, em decorrência da Covid-19, fez o clube deixar de receber de todos os patrocinadores. Além da queda drástica que terá em relação à venda de ingressos. Uma vez que as partidas devem voltar sem a permissão de público no estádio.

O índice de endividamento líquido dividido pela receita total em 2019

  1. 4.53 – Sport
  2. 4.29 – Botafogo
  3. 2.97 – Vasco
  4. 2.76 – Cruzeiro
  5. 2.57 – América-MG
  6. 2.42 – Fluminense
  7. 1.85 – Atlético-MG
  8. 1.80 – Internacional
  9. 1.79 – Corinthians
  10. 1.47 – Atlético-GO
  11. 1.31 – São Paulo
  12. 1.18 – Bahia
  13. 1.10 – Santos
  14. 0.89 – Grêmio
  15. 0.78 – Palmeiras
  16. 0.71 – Athletico-PR
  17. 0.53 – Flamengo
  18. 0.50 – Goiás
  19. 0.22 – Fortaleza
  20. 0.15 – Ceará

Ranking do endividamento líquido pela receita recorrente (Que exclui negociação de atletas)


  1. 5,60 - Botafogo
  2. 4,53 - Sport
  3. 4,41 - Cruzeiro
  4. 4,02 - Fluminense
  5. 3,17 - Vasco
  6. 2,96 - América-MG
  7. 2,64 - Atlético-MG
  8. 2,60 - Internacional
  9. 2,39 - Santos
  10. 2,01 - Corinthians
  11. 1,82 - São Paulo
  12. 1,55 - Bahia
  13. 1,52 - Atlético-GO
  14. 1,23 - Grêmio
  15. 1,08 - Athletico
  16. 0,94 - Palmeiras
  17. 0,78 - Flamengo
  18. 0,51 - Goiás
  19. 0,23 - Fortaleza
  20. 0,17 - Ceará

O ranking de endividamento líquido total

  1. R$ 819 mi – Botafogo
  2. R$ 799 mi – Cruzeiro
  3. R$ 794 mi – Internacional
  4. R$ 765 mi – Corinthians
  5. R$ 656 mi – Atlético-MG
  6. R$ 642 mi – Fluminense
  7. R$ 639 mi – Vasco
  8. R$ 505 mi – Flamengo
  9. R$ 503 mi – São Paulo
  10. R$ 501 mi – Palmeiras
  11. R$ 440 mi – Santos
  12. R$ 410 mi – Grêmio
  13. R$ 279 mi – Athletico-PR
  14. R$ 224 mi – Bahia
  15. R$ 178 mi – Sport
  16. R$ 82 mi – América-MG
  17. R$ 50 mi – Goiás
  18. R$ 28 mi – Atlético-GO
  19. R$ 25 mi – Fortaleza
  20. R$ 14 mi – Ceará

NM com Globoesporte.com
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    terça-feira, 12 de maio de 2020

    Caos financeiro no Sport é causado por alta dívida em curto prazo

    FOTO: AILTON CRUZ
    A dívida de R$ 5,7 milhões junto a Fifa pela compra do atacante André está longe de ser o principal problema financeiro do Sport. Além de estar sem receber dos patrocinadores, com três meses de salários atrasados e queda no número de sócios, o clube tem uma dívida a curto prazo de R$ 145.069.261 milhões. São valores que precisam ser pagos dentro do prazo de 12 meses. É a nona maior dívida dentre os clubes da Série A em 2020. O problema cresce ainda mais porque o clube prevê, em seu orçamento, uma receita líquida de R$ 61 milhões. Como cobrir essas contas?
    Do montante projetado pelo Rubro-negro, aprovado pelo Conselho Deliberativo ao fim do ano passado, R$ 5,8 milhões viriam com receita de bilheteira. O que, diante do cenário de pandemia provocada pela Covid-19, é impossível. Uma vez que os jogos, quando voltarem, dificilmente terão a presença do público. Além disso, com as sete partidas como mandante que o Leão disputou antes da paralisação, a arrecadação do clube com ingressos somou cerca de R$ 300 mil.
    Para efeito de comparação, os quatro clubes que estão logo à frente do Sport no ranking de dívida a curto prazo, ou seja, Santos, Palmeiras, Internacional e Vasco, possuem previsão de receita para esta temporada, no mínimo, duas vezes maior que a do Leão. O Peixe, aponta R$ 249 milhões em seu orçamento, o Alviverde nada menos que R$ 600 milhões, o Colorado R$ 392 milhões e o Cruz-Maltino, que também passa por crise financeira, R$ 154.232.401,00.
    Diante de um cenário que beira o colapso financeiro, o Sport tenta negociar parte da dívida a curto prazo, com o objetivo de postergar parte dos pagamentos. Além disso, busca um empréstimo bancário, que o permita quitar as dívidas com a Fifa, oriunda da contratação do atacante André junto ao Sporting-POR, e com o grupo de jogadores, a quem o clube deve salários em 2020.
    Quando se observa o recorte de clubes do Nordeste, o Rubro-negro tem mais de R$ 100 milhões em débito a frente das outras três equipes da região que disputam a elite do Brasileiro este ano. O mais próximo no ranking, caso do Bahia, tem R$ 43 milhões a serem quitados em 2020. Mas com uma diferença determinante, o clube prevê uma receita bruta de R$ 179 milhões, valor ainda maior que o registrado no ano passado (R$ 143 milhões). Fortaleza e Ceará, por sua vez, com R$ 11 milhões e R$ 3 milhões respectivamente, estão distantes na lista, aparecendo entre as quatro últimas colocações.
    Processos na Justiça do Trabalho preocupam
    Com aproximadamente 30 processos trabalhistas, contando apenas com ex-atletas, o Sport teme que a dívida com o atual elenco acarrete em mais problemas na Justiça. Principalmente após Jean Patrick acionar o clube na Justiça, em busca do rompimento do contrato cobrando salários, direitos de imagem e FGTS atrasados.
    Ranking das dívidas a curto prazo entre clubes da Série A*
    Botafogo - R$ 270.610.000
    São Paulo - R$ 262.511.000
    Fluminense - R$ 256.855.000
    Vasco - R$ 254.884.000
    Internacional - R$ 251.398.905
    Corinthians - R$ 239 milhões (Clube adiantou dados das demonstrações financeiras, mas ainda não publicou balanço)
    Palmeiras - R$ 168.614.000
    Santos - R$ 165.717.000
    Sport - R$ 145.069.261
    Flamengo - R$ 114.660.000
    Athletico - R$ 84.971.000
    Grêmio - R$ 50.205.000
    Bahia - R$ 43.043.000
    Fortaleza - R$ 11.775.532,3
    Goiás - R$ 5.778.728,21
    Atlético-GO - R$ 5.164.368
    Ceará - R$ 3.627.626,71
    *Balanço do Bragantino não teve parecer de auditoria externa
    Atlético-MG e Coritiba não divulgaram balanço no prazo
    NM com Gazeta Esportiva
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    terça-feira, 5 de maio de 2020

    CRB e CSA ainda não divulgaram seus balanços financeiros de 2019

    Seis clubes da elite do futebol brasileiro não apresentaram as demonstrações financeiras referentes a 2019, incluindo o CSA. Além da Série A, nove clubes da 2ª Divisão do Brasileiro também não divulgaram o balanço, entre eles, está o CRB. O prazo final para a publicação foi na última quinta (30).
    Em entrevista à Gazetaweb, o presidente do CRB, Marcos Barbosa, afirmou que os documentos já estão prontos e a publicação depende apenas da aprovação do Conselho Deliberativo. "É algo de Conselho. Tem que ser aprovado pelos conselheiros. Nossas contas foram aprovadas pelo Conselho. Basta apenas ser sancionado (balanço) numa reunião após o fim da pandemia", disse o mandatário regatiano.
    O dirigente do Regatas confirmou que as certidões estão em dia. "Todas as certidões de FGTS e INSS estão em dia. Já foram aprovadas pelos gestores", concluiu Marcos Barbosa.
    Pelo lado do CSA, o presidente do Conselho Deliberativo, Raimundo Tavares, comentou que a publicação das demonstrações financeiras do clube se dará somente após este período de isolamento provocado pelo novo coronavírus (Covid-19).
    OUTROS CLUBES
    Segundo informou o Globoesporte.com, além do CSA outros cinco times da Série A não apresentaram as demonstrações financeiras: Atlético-MG, Avaí, Chapecoense, Corinthians e Cruzeiro. Vale notar que os quatro times rebaixados da elite do futebol brasileiro em 2019 estão na lista. Muito disso se nota pela desorganização interna dos clubes, tratando-se de sistemas e controle de finanças.
    Na Série B a situação é alarmante, pois a metade dos clubes que disputaram a segunda divisão não apresentou os documentos. Junto do CRB estão: RB Bragantino, Brasil de Pelotas, Coritiba, Cuiabá, Figueirense, Londrina, São Bento e Vitória.
    Entretanto, no Red Bull Bragantino, segundo o Globoesporte.com, o balanço está pronto e foi encaminhado à Federação Paulista de Futebol (FAF) para ser publicado no site da entidade.
    LEIS BRASILEIRAS
    Em vigor desde 1998, a Lei Pelé é a legislação que rege o esporte no País. Ela determina que as entidades de prática esportiva que empregam atletas profissionais, independentemente de serem associações civis sem fins lucrativos ou empresas, publiquem suas demonstrações financeiras em sítio eletrônico próprio até 30 de abril do ano seguinte. Os balanços necessitam estar de acordo com o padrão e critérios impostos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), além de uma avaliação por uma auditoria externa.
    Caso os documentos não sejam publicados, os clubes entram em rota de choque com outra lei: Profut. O programa do governo federal funciona o refinanciamento de dívidas fiscais. Em 2015, maioria dos clubes que atuam nas divisões mais altas do futebol brasileiro concordaram.
    De acordo com Globoesporte.com, em troca de descontos em multas, juros e encargos, além de prazos prolongados em até 20 anos para pagar impostos que não recolheram por décadas, clubes tiveram reforçada a obrigação da publicação dos balanços em site oficial. Podendo ocasionar também a exclusão do clube no programa e a decorrente perda de todos os benefícios.
    NM com Luiz Caldas
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    Seis clubes da primeira divisão descumprem leis ao não publicar demonstrações financeiras de 2019. Quadro é pior na Série B

     Foto: Marcos Ribolli
    Apesar de o prazo legal ter terminado em 30 de abril, quinta-feira passada, seis clubes do Campeonato Brasileiro não publicaram suas demonstrações financeiras referentes a 2019. Os respectivos dirigentes ferem duas leis diferentes – Lei Pelé e Profut – e ameaçam as entidades a sofrer punições. Também se sujeitam a sanções pessoalmente.

    Entre integrantes da primeira divisão nacional em 2019, os quatro rebaixados aparecem na lista dos que não apresentaram seus balanços.


    Não por acaso. A preparação das demonstrações financeiras depende da organização interna, em termos de sistema e controle de suas finanças. Clubes desorganizados são expostos quando não cumprem o básico.

    Na segunda divisão, o quadro é ainda pior. Dos 20 clubes que disputaram a Série B na temporada passada, metade não publicou balanços em sites oficiais, como manda a legislação brasileira.

    No caso específico do Red Bull Bragantino, o balanço está pronto e foi enviado à Federação Paulista de Futebol (FPF) para a publicação em seu site. Até a publicação desta reportagem, a entidade não havia colocado o documento no ar. O site do clube está em reconstrução.

    Atualização: Horas após a publicação desta reportagem, a federação paulista publicou em seu site os balanços do Botafogo-SP e do Oeste. O Operário-PR, por sua vez, atualizou a sua página de transparência com o documento mais recente.

    O que dizem as leis brasileiras


    Sancionada em 1998, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, a legislação que rege o esporte brasileiro é a Lei Pelé – que leva este nome também por causa dos esforços do então ministro extraordinário do Esporte, Edson Arantes do Nascimento, para colocá-la em prática.

    A lei obriga entidades de prática esportiva que empregam atletas profissionais, independentemente de serem associações civis sem fins lucrativos ou empresas, de publicar suas demonstrações financeiras em sítio eletrônico próprio até 30 de abril do ano seguinte.

    Os balanços precisam seguir padrões e critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), além de ter sido verificados e avaliados por uma auditoria independente e externa.

    – Caso não entregue neste prazo, a legislação sujeita os dirigentes destes clubes à inelegibilidade, por cinco anos, para cargos ou funções eletivas ou de livre nomeação em qualquer entidade ou empresa direta ou indiretamente vinculada às competições profissionais da respectiva modalidade desportiva – explica Carlos Aragaki, coordenador da Câmara dos Contadores no Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil).

    A não publicação das demonstrações financeiras ainda deixa os clubes em discordância com outra legislação. Em 2015, a maioria dos clubes de futebol dos escalões mais altos aderiu ao Profut, programa do governo federal para refinanciamento de dívidas fiscais.

    Em troca de descontos em multas, juros e encargos, além de prazos prolongados em até 20 anos para pagar impostos que não recolheram por décadas, clubes tiveram reforçada a obrigação da publicação dos balanços em site oficial. Sob risco de novas penalidades, entre elas a exclusão do programa e a decorrente perda de todos os benefícios.

    As desculpas dos dirigentes


    Procurado pelo GloboEsporte.com, o Corinthians alegou por meio de sua assessoria que publicará o documento somente depois que for analisado pelo Conselho Fiscal e votado pelo Conselho Deliberativo.

    Chapecoense procurou espontaneamente o blog para se posicionar. O clube afirma que estava marcada para 15 de abril a apresentação das demonstrações para o Conselho Deliberativo, porém, por causa da quarentena da Covid-19, a reunião foi postergada. A publicação dos documentos no site oficial acontecerá somente após a reunião.

    Razão semelhante foi usada pela diretoria do Avaí em nota recente. A agremiação declarou que a apreciação das contas pelo Conselho Deliberativo ocorre geralmente até 30 de abril, no entanto a pandemia do novo coronavírus impediu a reunião dos conselheiros. Eles preferiram não deliberar pela internet para não prejudicar o debate.

    A legislação brasileira não exige, no entanto, que as demonstrações financeiras sejam apreciadas por quaisquer instâncias políticas antes da publicaçãoDirigentes não precisam aguardar pela deliberação de conselheiros para dar transparência às contas.

    No Corinthians, o pretexto para adiar a publicação do balanço inclui uma Medida Provisória recente. O ex-deputado Antonio Goulart, presidente do Conselho Deliberativo, afirmou em carta enviada aos conselheiros corintianos que a reunião para apreciar as contas de Andrés Sanchez seria adiada em função da pandemia. Segundo Goulart, a decisão está respaldada em MP editada pelo governo em março deste ano.

    – Considerando ainda o disposto no art. 1º da Medida Provisória nº 931, de 30 de março de 2020, que autoriza sociedades anônimas a realizar suas assembleias gerais ordinárias no prazo de sete meses, a contar do término de seu exercício social, aplicável, por analogia, aos clubes esportivos, diante da anormalidade existente – escreveu Antonio Goulart, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians.
    O Corinthians é uma associação civil sem fins lucrativos, portanto não está incluído na MP editada pelo governo para ampliar prazos de sociedades anônimas, companhias limitadas e cooperativas.

    Como não foram beneficiados pela MP, os clubes fizeram em 20 de abril um pedido à Casa Civil para que tivessem o prazo estendido até 31 de julho. O documento contém a assinatura de Roberto Gavioli, presidente da Associação Brasileira dos Executivos de Finanças dos Clubes de Futebol (Abeff). Ele é gerente financeiro do Corinthians.

    Os clubes ainda não receberam do governo uma resposta para o pedido, de acordo com fontes consultadas pelo blog. Mesmo assim, escolheram não cumprir a lei em relação à publicação do balanço.

    Em Minas Gerais...


    A diretoria do Cruzeiro afirma que ainda não conseguiu finalizar as demonstrações financeiras referentes a 2019. Houve uma transição política no término da temporada, após o rebaixamento. A diretoria de Wagner Pires de Sá e Itair Machado renunciou e deu lugar a um conselho gestor provisório, formado por empresários e conselheiros.

    – Apenas em fevereiro deste ano o Cruzeiro teve as contas de 2018 aprovadas, assim mesmo com ressalvas, e vários documentos, incluindo o balanço, precisaram ser refeitos. Tudo isso gerou um retrabalho muito grande, sendo necessária também a revisão da maior parte do balanço de 2019. Além da grave crise pela qual o clube passou recentemente, há ainda o efeito pandemia do coronavírus, com férias e suspensão de contratos, o que reduziu o número de colaboradores. Uma força-tarefa está trabalhando no documento, para apresentá-lo ao Conselho Fiscal o mais breve possível – diz a diretoria provisória em nota enviada ao blog.

    No Atlético-MG, a justificativa para a não publicação do balanço é a demora para tomar uma decisão sobre a contabilização da venda do shopping Diamond Mall, cujo dinheiro será usado para a construção de estádio. A venda do empreendimento foi efetivada somente em janeiro de 2020 e envolve o recebimento de cerca de R$ 290 milhões.

    – Este número muda totalmente a estrutura do balanço. Por lei, tenho que fazer uma nota de evento subsequente explicando esse evento. Mas tínhamos uma carta de fiança que cumpria condicionantes. Devo colocar os efeitos da venda no balanço até 31 de dezembro? Esta nota é extremamente relevante, pois muda a estrutura patrimonial, ativo, passivo, resultado. A gente submeteu a dúvida ao auditor para saber como contabilizar, acabei envolvendo outros dois auditores de Big Four para saber o caminho correto a seguir – explica Paulo Braz, diretor financeiro alvinegro, por telefone ao GloboEsporte.com.

    O executivo atleticano afirma estar comprometido com a publicação das demonstrações financeiras o mais rápido possível. Ele diz estar "apertando" os auditores para que os pareceres sejam entregues. A decisão sobre o caso caberá ao presidente Sérgio Sette Câmara.

    NM com Blog do Rodrigo Capelo 
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